Abandonado, Dallagnol joga a toalha, dá o mandato como perdido e parte para o ataque contra o TSE
Em uma acusação grave, o deputado cassado afirmou que os ministros do TSE combinaram nos bastidores sua condenação, de olho em vagas no STF
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247 - Deltan Dallagnol (Podemos-PR), ex-coordenador da Operação Lava Jato, teve seu mandato de deputado federal cassado na semana passada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No entanto, mesmo após a decisão, Dallagnol foi visto nesta terça-feira (23) à noite passeando pelos corredores da Câmara dos Deputados, e até votou contra a aprovação da proposta do governo sobre as novas regras fiscais.
A presença de Dallagnol na Câmara é resultado dos prazos e ritos a serem cumpridos no Congresso quando um parlamentar é cassado pela Justiça. Ainda há procedimentos a serem seguidos para que ele perca seu gabinete, as chaves, os funcionários e o status de deputado, e retorne à sua cidade natal, Curitiba.
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Dallagnol diz confiar que seus colegas parlamentares irão desafiar a decisão do tribunal ou que o Supremo Tribunal Federal (STF) poderá anulá-la, dando-lhe razão. No entanto, essa perspectiva parece improvável, pois tanto o Supremo quanto a maioria dos deputados não devem tomar tal atitude, relata Ricardo Noblat, do Metrópoles. Dallagnol sempre foi mal visto por aqueles que criticam a demonização da política.
Essa situação também afeta outros procuradores da Operação Lava Jato, incluindo seu líder máximo, o ex-juiz parcial e atual senador Sérgio Moro (União Brasil-PR). Dallagnol está ciente de que sua cassação será mantida pelos próximos oito anos. Por essa razão, ele optou por atacar os ministros que o julgaram, alegando que a decisão foi tomada com o intuito de fortalecer a candidatura de um dos ministros do TSE ao Supremo. “O ministro condutor do voto trouxe um voto que objetiva entregar a minha cabeça em troca da perspectiva de fortalecer a sua candidatura ao Supremo”.
O processo de cassação foi relatado pelo ministro Benedito Gonçalves e contou com o apoio unânime dos demais ministros, resultando em uma derrota expressiva para Dallagnol, com placar de 7 a 0. Três dos votos favoráveis à cassação foram de ministros nomeados por Jair Bolsonaro (PL), incluindo Nunes Marques. O presidente do tribunal, Alexandre de Moraes, também votou a favor da cassação.
Dallagnol - em uma acusação grave - diz que os sete ministros combinaram nos bastidores a decisão de retirar seu mandato antes mesmo do tema ser julgado pelo plenário do tribunal. “O presidente da República tem um poder imenso na mão ao escolher os integrantes do Supremo. Esse poder faz com que muitos ministros, autoridades, vão dançar a música que o presidente decidir tocar; e o presidente já tocou uma música muito clara em diversos momentos, que é a música da vingança contra a Lava Jato. (...) Quando eu fui cassado, todo o sistema comemorou, pessoas de diferentes partidos que tinham sido acusadas. Sem o apoio desses políticos e desses partidos, esses ministros jamais estariam na lá. Estão escolhendo os casos que anulam, estão atuando seletivamente".
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