Taxa de testes positivos de covid em Belo Horizonte salta mais de 15 pontos percentuais em três semanas

Segundo o médico infectologista Estevão Urbano, o percentual "mostra o espalhamento do vírus e uma tendência grande a uma nova onda"

Teste de covid-19
Teste de covid-19 (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)


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Rafaella Dotta, Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG - O último boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), na quarta (16), mostra que a proporção de testes positivos para covid-19, em relação ao número total de testes feitos na cidade, cresceu de 3% para quase 20% dentro de três semanas. O crescimento coloca a cidade de Belo Horizonte no mesmo caminho de estados que já têm relatado uma nova onda de contaminação por coronavírus.

Segundo o médico infectologista Estevão Urbano, ex-integrante do Comitê de Enfrentamento à Covid de Belo Horizonte, o percentual "mostra o espalhamento do vírus e uma tendência grande a uma nova onda".

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"Nós temos que estar atentos para saber, inclusive, o tamanho que essa onda tomará e as consequências a nível de internação, óbito etc. Temos que ficar em alerta máximo neste momento", sustenta.

Nova variante

O aumento pode estar relacionado a uma nova cepa do coronavírus, chamada BQ.1, sub-variante da linhagem ômicron, ou à circulação de duas novas variantes do vírus Sars-Cov-2. De acordo com o infectologista, não é possível afirmar que a cepa BQ.1 seja mais letal, mas já há o consenso de que sua transmissão é mais rápida.

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"Essa cepa consegue driblar os efeitos protetores da vacina e provocar casos leves, mas não consegue aumentar a mortalidade", avalia.

"Mesmo havendo esse escape aos anticorpos, as nossas defesas de infecções prévias e as vacinas suportam os indivíduos contra as infecções severas. Porém, ela se torna mais perigosa para pessoas não vacinadas, pessoas que sejam muito imunossuprimidas ou muito idosas", conclui.

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Sem mudanças no controle

Questionada, a prefeitura garantiu que monitora sistematicamente os indicadores relacionados à pandemia de covid-19 e, "caso ocorram mudanças que justifiquem sua implementação", medidas de controle serão adotadas. No entanto, não informou quais medidas ou quais índices pautam essa aplicação.

A PBH dissolveu, em julho, o Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19, formado por autoridades e especialistas que durante toda a pandemia auxiliaram o poder municipal a decidir as melhores ações de controle. Agora, a responsabilidade é da Secretaria Municipal de Saúde.

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A prefeitura reforça a necessidade do teste laboratorial para pessoas com sintomas gripais e a vacinação para toda a população. A volta do uso de máscara, já orientada pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde desde domingo (13), ainda não é uma diretriz na capital.

Na mesma linha, atua o governo de Minas, que classifica o uso de máscaras como opcional para a população em geral, mas recomendável para pessoas com sintomas gripais e os grupos vulneráveis (idosos e portadores de comorbidades).

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Vacinação: confira a sua faixa-etária

As pessoas não vacinadas ou que não completaram o esquema vacinal são o motivo da maior apreensão para as autoridades. Tanto a PBH quanto o governo de Minas apostam na imunização como a grande proteção contra a nova onda.

No entanto, em Minas Gerais, quatro entre 10 pessoas não tomaram a dose de reforço da vacina contra a covid, já disponível para toda a população acima de 12 anos.

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A segunda dose de reforço, para pessoas acima de 40 anos, foi tomada por apenas 41% da população mineira. Das crianças entre 3 e 11 anos, mais da metade ainda não se imunizou com a segunda dose.

Saiba se você já deveria ter tomado

Segundo informações do governo de Minas Gerais, as faixas-etárias abaixo devem procurar os postos de saúde em todo o estado para completar seu esquema vacinal. O esquema primário significa duas doses ou a dose única da Janssen, com exceção das crianças de 6 meses a 2 anos com comorbidade.

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Crianças de 6 meses a 2 anos com comorbidades: esquema primário (nesse caso, tem três doses)

Crianças de 3 anos a 11 anos: esquema primário

12 a 17 anos: esquema primário + primeira dose de reforço

18 a 39 anos: esquema primário + primeira dose de reforço

Trabalhadores da Saúde: esquema primário + duas doses de reforço

Pessoas imunocomprometidas: esquema primário + duas doses de reforço

40 anos ou mais: esquema primário + duas doses de reforço

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