Servidores do MPSP denunciam rotina de assédio

Tragédias e denúncias revelam "cultura de assédio" dentro do Ministério Público de São Paulo

Ministério Público de São Paulo
Ministério Público de São Paulo (Foto: Divulgação/MP-SP)


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247 — Um grupo expressivo de funcionários do Ministério Público de São Paulo (MPSP) decidiu quebrar o silêncio e denunciar a rotina de assédio moral e sexual que vivenciam dentro da instituição, destacou reportagem do Metrópoles. No dia 29 de junho de 2022, um analista jurídico do Ministério Público de São Paulo (MPSP) cometeu suicídio ao se jogar do 13º andar do edifício-sede da instituição. Esse episódio chocou os servidores e revelou um sentimento generalizado de que outras tragédias poderiam ocorrer. Menos de um ano depois, outros dois servidores também tiraram suas próprias vidas, levando a um movimento de protesto denominado "Nenhum Servidor a Menos" e uma audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo.

O movimento denuncia a existência de uma "cultura de assédio", tanto moral quanto sexual, dentro do MPSP. Nas últimas semanas, o Metrópoles ouviu 12 servidores e três ex-funcionários que relataram ter sofrido assédio moral ou sexual de promotores, procuradores e outros membros da instituição. Pela primeira vez, três deles decidiram falar abertamente sobre o assunto, rompendo o anonimato.

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Os relatos revelam uma rotina de intimidação, xingamentos, ameaças, sobrecarga de trabalho, desvio de função e falta de apoio às vítimas que procuram ajuda. Muitos entrevistados pediram para não serem identificados devido ao medo de represálias. Os servidores afirmam que as tragédias ocorridas são consequências diretas dessa cultura de assédio que permeia a instituição responsável por defender os direitos sociais e individuais dos cidadãos.

Segundo relatos de 12 servidores e ex-funcionários do Ministério Público, há uma cultura de assédio moral e sexual dentro da instituição. Os casos relatados incluem intimidação, xingamentos, ameaças, sobrecarga de trabalho, desvio de função, falta de acolhimento às vítimas e punição aos denunciantes. Muitos entrevistados pediram anonimato por medo de represálias.Um oficial de promotoria relatou ter cogitado tirar a própria vida, sentindo-se identificado com a decisão dos colegas que se suicidaram.

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Além das denúncias de assédio moral e sexual, os servidores também apontam que os promotores e procuradores do MPSP têm utilizado o Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para ameaçá-los e puni-los injustamente. O período probatório, que precede a estabilidade do servidor, é visto como um momento de coação, impedindo que os funcionários denunciem casos de assédio.

Os relatos revelam a gravidade da situação e a necessidade de ações efetivas para combater a cultura de assédio no Ministério Público de São Paulo. Os servidores exigem mudanças e um ambiente de trabalho mais saudável, onde sejam respeitados e protegidos contra qualquer forma de abuso.

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