Sarney acha injusta crítica de Dinho e rejeita carapuça em “Que país é esse?”

Dinho Ouro Preto criticou no Rock in Rio censura ao jornal Estado de So Paulo sobre informaes da Operao Boi Barrica, da PF, que investiga o empresrio Fernando Sarney; Presidente do Senado diz que nunca processou jornalistas e promoveu pai do msico a embaixador



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Rio247_ e Agência Estado - O presidente do Senado Federal, José Sarney (PMDB-AP), classificou hoje como "injusta" a crítica feita contra ele pelo vocalista da banda Capital Inicial, Dinho Ouro Preto, durante o Rock in Rio 2011. Durante a sua apresentação, o músico dedicou ao presidente do Senado a canção “Que país é esse?” e criticou a proibição judicial que impede o jornal "O Estado de S. Paulo" de publicar informações sobre a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que investiga o empresário Fernando Sarney, filho do senador. Na quinta-feira passada, em carta ao artista reclamando do tratamento, Sarney alegou que o festival se beneficiou dos incentivos à cultura criados por seu governo e lembrou que foi ele quem promoveu o diplomata Afonso Ouro Preto, pai de Dinho, a embaixador.

É natural que, pai zeloso, Sarney saia em defesa do filho, Fernando Sarney, denunciado na Operação Barrica da PF por lavagem de dinheiro, tráfico de influencia e sonegação de impostos. O que causa estranheza são os argumentos. O que está cobrando Sarney ao alegar que em seu governo incentivou a cultura e, por outra, promoveu um diplomata ao cargo de embaixador? Ora, ou tais decisões respaldam-se em ações de governo, necessárias ao País ou referem-se a moedas de troca futura, que o presidente do Senado achou por bem ter chegado a hora de cobrar. Convenhamos, a segunda opção não o engrandece.

Com ou sem a ajuda do pai, Fernando Sarney até agora tem se saído bem das acusações. No mês passado, sentença do Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerou nulas as provas apresentadas em parecer do Ministério Público e decisões do Tribunal Regional Federal e da Justiça de primeira instância. As evidências são baseadas no relatório do Conselho de Operações Financeiras (COAF), que apontou indícios de crime financeiro em três movimentações atípicas, no valor de R$ 2 milhões, feitas em 2006 pelo empresário e sua mulher, Cristina Murad. A sentença do STJ anulou os diálogos telefônicos interceptados na operação.

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Sarney foi vaiado por 100 mil pessoas ao ser citado, durante a apresentação do Capital Inicial. Em entrevista ao jornal "Zero Hora", de Porto Alegre, o presidente do Senado Federal lembrou que o rock tem como característica a contestação e defendeu a liberdade de imprensa. Segundo ele, seu filho tinha o direito de recorrer judicialmente contra o Estado de São Paulo, embora, acrescentou, se tivesse sido consultado pelos advogados, não teria feito o mesmo.

Outras declaraçõew contraditórias marcaram o tom da entrevista ao jornal Zero Hora. “O rock é um estilo que tem o DNA da contestação, sempre foi marcado pelo questionamento. É compreensível que em um festival de rock tivesse uma manifestação desse tipo", no entanto, a crítica foi injusta", disse o peemedebista. "No meu governo contribuiu-se para a maior liberdade de expressão que já tivemos no País. A cultura e as artes devem ser livres. Podem ser injustas, mas não podem deixar de ser livres", ponderou.

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O senador ressaltou ainda que, durante a ditadura militar, defendeu o jornal Estado de São Paulo de censura à imprensa e que, durante a sua vida pública nunca processou um jornalista. "Mesmo tendo sido um dos políticos mais censurados da história da República, a minha voz foi solitária dentro do Congresso Nacional em um discurso defendendo o Estadão e a liberdade", disse.

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