Protestos antirracistas protagonizam desfiles do Carnaval de SP e Rio
George Floyd, Maria Carolina de Jesus e Clementina de Jesus foram alguns dos homenageados na avenida neste 2022
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Nayá Tawane, Brasil de Fato - Após um intervalo de mais de dois anos sem desfiles, as escolas de samba de São Paulo e Rio de Janeiro voltaram para a avenida nos dias 20, 21 e 22 de abril. A programação segue ainda neste sábado (23) e no próximo (30).
No terceiro dia de desfiles, as escolas de samba apresentaram protestos e reflexões sobre questões sociais, principalmente sobre o racismo.
Beija-flor
No Sambódromo da Marquês de Sapucaí, na capital carioca, a Beija-Flor de Nilópolis escolheu o enredo “Empretecer o pensamento é ouvir da voz da Beija-Flor”. A agremiação destacou a contribuição intelectual negra para construção de um Brasil mais africano.
"Nossa civilização conhece e respeita os pensamentos esculpidos em mármore greco-romano. Mas por que não talhar os saberes em ébano?", questiona a escola de samba da Baixada.
A Beija-Flor afirma a necessidade de uma "afrosofia" e conta, no enredo, que falamos e escrevemos em bom "pretuguês" para o mundo inteiro ouvir, evoca o Teatro Experimental Negro e todo o pensamento e reflexão que veio de povos africanos para o nosso país: "A nobreza da corte é de Ébano / Tem o mesmo sangue que o seu / Ergue o punho, exige igualdade / Traz de volta o que a história escondeu", canta o samba.
Além disso, a escola fluminense fez uma homenagem a filósofa Djamila Ribeiro. A Beija-flor também destacou a mensagem global de que "Vidas negras importam", ao referenciar o assassinato de George Floyd, um homem negro, morto pela polícia de Minneapolis, nos EUA.
Desfiles em São Paulo
No Sambódromo do Anhembi, na capital paulista, a Colorado do Brás homenageou Carolina de Jesus, destacando as fases de vida da escritora. A partir do enredo "Carolina – A Cinderela Negra do Canindé", foi apresentado os embates entre a escritora negra e a elite intelectual do país.
Ainda na capital paulista, a Mocidade Alegre pretende homenagear a cantora Clementina de Jesus neste sábado (23).
Paulo Gustavo
O ato Paulo Gustavo, que morreu no ano passado vítima da covid-19, foi um dos homenageados na Sapucaí. A escola São Clemente destacou o legado do humorista levando o enredo de uma das grandes obras do artista o enredo "Minha Mãe é uma Peça" e contou com a presença da mãe de Paulo, Dona Déa Lúcia e do viúvo, Thales Bretas.
No Rio de Janeiro, na Marquês de Sapucaí, na sexta-feira (22), circularam nas redes sociais vídeos do público que gritava "Fora Bolsonaro" antes mesmo do desfile começar. A multidão ainda cantou música "Olê, olê olê olá, Lula, Lula”.
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