PMs denunciam que oficiais estão direcionando votos da tropa para candidatos bolsonaristas
Ouvidor das Polícias de São Paulo, Elizeu Soares Lopes considerou a denúncia "um atentado à democracia" e disse que irá formalizar denúncia junto à Corregedoria da PM

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247 - Policiais militares do batalhão de Jundiaí, no interior de São Paulo, afirmam que dois oficiais estão direcionando o voto da tropa para Jair Bolsonaro (PL) e para o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), escalado pelo Planalto para disputar o governo paulista. Em um áudio divulgado pelo UOL, um dos oficiais repassa uma série de orientações sobre como os agentes devem agir no dia da eleição (2 outubro), e se posiciona politicamente.
"Boa eleição, votem conscientemente. Lembrem-se que a agenda de alguns partidos é acabar com a Polícia Militar. Acabar com a Polícia Militar é acabar com a sua estabilidade, com a sua aposentadoria, com a sua qualidade depois que você se aposentar", diz o major Augusto José Martinelli, subcomandante do batalhão, no áudio obtido pela reportagem.
Em outro trecho da gravação, Martinelli demonstra irritação com o fato de policiais armados que não estejam de serviço possam ser presos pelos mesários, como orientado pela Justiça Eleitoral. "Policial de serviço, tá fardado, vai votar, pode ficar com a arma. O descumprimento acarretará na prisão em flagrante por porte ilegal, tá? Então, o policial que descumprir essa regra poderá ser preso pelo porra do mesário, pelo porra do paisana", disse.
Ainda segundo a reportagem, um dos policiais do batalhão de Jundiaí afirmou que o direcionamento do voto por parte dos oficiais da corporação vai além do áudio vazado. "A orientação é para votar no Bolsonaro para presidente e no Tarcísio para o governo de São Paulo para que a gente não corra o risco de perder nossos direitos", destacou um PM que não teve sua identidade revelada.
O outro oficial que estaria direcionando os votos da tropa foi identificado pelos PMs como o capitão Samuel Barban Ruiz, comandante da 1ª Companhia do batalhão de Jundiaí.
“Em nota, a PM-SP informou que o recebimento da denúncia ainda não foi verificado pela corporação. Procurado, o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) disse que o caso foi para a Procuradoria-Regional Eleitoral. O conteúdo foi encaminhado ao TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), Ministério Público Eleitoral e Ouvidoria das Polícias de São Paulo”, ressalta o UOL.
O ouvidor das Polícias de São Paulo, Elizeu Soares Lopes considerou a denúncia “um atentado à democracia” e disse que irá formalizar denúncia junto à Corregedoria da PM. “É uma denúncia grave de intimidação e de um atentado à democracia. Trata-se de um crime eleitoral, que fere a liberdade de escolha dos policiais militares. Um oficial jamais pode fazer esse tipo de indicação, fazendo uso do medo e da intimidação. Isso fere o Estado Democrático de Direito", afirmou.
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