O derramamento da Chevron e os royalties do petróleo

A exploração de petróleo tem seus riscos e não há garantia de infalibilidade. Portanto, a menos que façamos um pacto de vivermos sem gasolina e outros derivados, vamos continuar convivendo com esse risco



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Toda vez que ocorre um vazamento de óleo no mar, a sociedade entra em polvorosa. Realmente é chocante, principalmente quando há proximidade com o litoral, afetando pescadores, animais e praias. Nesse momento, as empresas petrolíferas são execradas por aqueles que as odeiam, mas dirigem seus carros movidos à gasolina e utilizam produtos petroquímicos diversos no dia a dia. A atividade de exploração de petróleo tem seus riscos e não há garantia de infalibilidade. Portanto, a menos que façamos um pacto de vivermos sem gasolina, petroquímicos e outros derivados do petróleo, vamos continuar convivendo com esse risco. Houve quem comemorasse o fato de que o atual caso ocorreu com uma empresa estrangeira. Santa inocência. Uma ocorrência dessa natureza perturba todo o mercado, não é bom para ninguém. Se você produz suco de laranja e seu principal concorrente é descoberto com uma carga contaminada, muita gente, por via das dúvidas, deixará de comprar o seu suco de laranja também.

Pois bem, para alguns defensores ferrenhos da permanência dos royalties do petróleo com os Estados produtores, o vazamento da Chevron caiu como uma luva. “Tá vendo? Essa grana é para mitigar danos ambientais, o que os outros Estados foram afetados por esse vazamento?”

Não tenho condições de levantar bandeira contra nem a favor do movimento, pois acredito que o assunto nunca foi discutido da maneira correta, sempre sendo trazido na base da emoção. A grande imprensa também não fez esse papel de informar corretamente a questão. Infelizmente as discussões não se baseiam em critérios objetivos e sim no pensamento emocional ou "o que vai ser melhor pra mim no momento?". Por exemplo, é possível que hoje um cidadão de um Estado que não produza uma gota de petróleo ache correto dividir entre todos. Mas se daqui a 10 anos descobrirem que há um grande poço de petróleo lá, é bem provável que ele mude de ideia. A recíproca é verdadeira pros fluminenses e capixabas. Isso não é critério. Se a grana é para cobrir danos ambientais, que fique com os Estados produtores. Mas então que se faça com essa grana um fundo exclusivo para esse fim, intocável para outros fins! E que o Governador não ameace deixar de pagar aposentados caso seu Estado perca os royalties, como lamentavelmente presenciamos. E se os royalties forem um fundo ambiental, qual será a aplicação das multas que são pagas pelas empresas poluidoras? Se a grana é para pagar aposentados, que se divida para todo o Brasil, afinal por que só alguns aposentados poderão receber seu benefício? Só porque a natureza agraciou com petróleo seu Estado?

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Antes de vestir camisa e participar de passeatas, ou se aproveitar de uma tragédia ambiental como argumento, vamos entender o porquê das discussões! Com informação fica mais fácil defender suas convicções.

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