Marcha da maconha deve reunir dezenas de milhares no próximo sábado na Av. Paulista

Ato popular, que chega à sua 15ª edição, acontece em meio à retomada do julgamento do STF sobre a descriminalização das drogas, marcado para 21 de junho

(Foto: Marcelo Camargo/ABr)


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247 - No próximo sábado (17), a partir das 14h20, o vão livre do MASP (Museu de Arte de São Paulo) receberá a concentração da 15ª edição da Marcha da Maconha São Paulo. A manifestação, que já é parte da agenda de eventos autônomos da cidade, deve reunir dezenas de milhares de pessoas e ser marcada por forte diversidade de público, em especial jovens moradores de periferias e da região metropolitana, seguindo a tendência dos últimos anos. 

Com o eixo "Antiproibicionismo por uma questão de classe - Reparação por necessidade", a Marcha da Maconha São Paulo 2023 reafirma seu posicionamento pelo fim da guerra às drogas e seu compromisso com os direitos humanos de todas as pessoas. "Nesses últimos 15 anos, ajudamos a mudar o debate social sobre a maconha no Brasil. Taí o julgamento do STF e o progressivo acesso ao uso medicinal da maconha via SUS para comprovar. Mas é pouco e nós só vamos parar quando essa guerra acabar e todas as drogas forem legalizadas", afirma a Marcha em seu manifesto (leia abaixo). 

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Junto com os já tradicionais bandeirão e "maconhaço", a Marcha planeja realizar uma ação visual de impacto na saída do ato, bem como intervenções ativistas na concentração. A data e trajeto da manifestação foram comunicadas em ofício à Prefeitura de São Paulo em fevereiro de 2023, com ampla publicidade nas redes sociais, em cumprimento ao artigo V da Constituição Federal que garante o direito à livre manifestação e reunião, e com base na ADPF 187 /2011 do Supremo Tribunal Federal que legalizou a realização de marchas da maconha em todo território nacional. Do MASP, o ato seguirá pela Av. Paulista e descerá a R. da Consolação para terminar na Praça da República, no centro da cidade.

Movimentos sociais parceiros devem marcar presença com caravanas na Marcha da Maconha São Paulo: os Guarani Mbya, da Terra Indígena Jaraguá, em luta contra o PL 490/ Marco Temporal; residentes, ativistas e trabalhadores da redução de danos que atuam na Cracolândia, no centro de São Paulo, uma das áreas mais criminalizadas pela política de guerra; e um grupo da Marcha das Favelas, diretamente do Rio de Janeiro, em um intercâmbio ativista e político importante para a base do movimento social antiproibicionista brasileiro. O bloco terapêutico, formado por pacientes e familiares que fazem uso medicinal da maconha, mais uma vez estará presente em peso, somando com o bloco LGBTQIA+ e a Bloc Feminista, que distribuirá seu manifesto durante o ato.

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Além do ato central, um calendário de marchas periféricas e regionais também está em andamento: no dia 4 de junho, aconteceu a Marcha da Maconha Santo André; no dia 24 será a vez de Guarulhos e no 25, a Marcha da Maconha Zona Norte. Em julho, a Marcha da Maconha Zona Sul se manifesta no dia 1º, São Bernardo do Campo irá às ruas no dia 8 e a Zona Leste no dia 16. Ferraz de Vasconcelos terá sua primeira atividade no dia 15 de julho. A descentralização do movimento, com a organização de núcleos periféricos e regionais, tem sido colocada em prática pela Marcha da Maconha São Paulo desde 2016, com o objetivo de levar o debate sobre política de drogas às regiões diretamente afetadas pelo racismo e violência decorrentes da proibição.

Manifesto - Marcha da Maconha São Paulo 2023 - ANTIPROIBICIONISMO POR UMA QUESTÃO DE CLASSE REPARAÇÃO POR NECESSIDADE

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A Marcha da Maconha tá fazendo 15 anos nas ruas de SP! De 2008 pra cá, muita coisa mudou, no Brasil e no mundo. O racismo, a corrupção e a hipocrisia da guerra às drogas enganam cada vez menos pessoas. A legalização já é uma realidade em muitos países - e também em vários momentos da nossa vida, como na Marcha.

Tentaram proibir a própria Marcha da Maconha, mas respondemos com resistência, diversidade e desobediência. É essa luta organizada desde baixo que diminuiu o preconceito, mostrou que o consumo é um direito e propagou o uso terapêutico da maconha, do quintal ao SUS. Por outro lado, muita coisa segue igual - ou até pior. Com a desculpa de “combate ao tráfico”, o Estado rouba a vida e os sonhos de pessoas negras e periféricas todos os dias no Brasil, seja pelo assassinato, pela prisão ou pela internação forçada.

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É por isso que nossa luta não é só sobre maconha, nem só sobre quem usa. Essa guerra atravessa a sociedade inteira. E por que não legalizar? Por que seguir obedecendo leis injustas? Quantos mais precisarão morrer ou ir pra cadeia?

O antiproibicionismo - a luta organizada pelo fim da proibição de todas as drogas - é uma questão de classe, raça, gênero e diversidade. Pessoas de todos os tipos usam e vendem drogas, mas só uma parte é chamada de nóia ou é criminalizada. Contra o estigma e o negacionismo da ciência, o antiproibicionismo é uma agenda positiva para reduzir a desigualdade, o racismo e a violência.

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Lutamos por justiça, liberdade e reparação. É pra frente que se marcha. #LegalizaLogoSaporra

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