Indicação de 'bolsonarista radical' para comandar a área de segurança em São Paulo abre primeira crise no governo de Tarcísio

Indicação do deputado bolsonarista Capitão Derrite para o cargo gerou duras críticas por parte de delegados da Polícia Civil e integrantes do Judiciário paulista

Deputado Capitão Derrite e Tarcísio de Freitas
Deputado Capitão Derrite e Tarcísio de Freitas (Foto: ABR)


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247 - A escolha do deputado bolsonarista Guilherme Derrite (PL), apadrinhado do também deputado Eduardo Bolsonaro (PL), para chefiar a Secretaria da Segurança de São Paulo abriu a primeira crise do futuro governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). De acordo com a Folha de S. Paulo, a indicação do Capitão Derrite para o cargo, como é conhecido, gerou duras críticas por parte de delegados da Polícia Civil e integrantes do Judiciário paulista. 

“Há diversos pontos de crítica ao indicado. Primeiro, como deputado Derrite propôs um projeto de lei dando poderes de investigação à PM, algo que constitucionalmente é privativo da Polícia Civil. Hoje, policiais militares já driblam a diretriz legal associando-se a promotores —há inúmeros casos de apurações do Ministério Público iniciados a partir de relatórios de operações policiais, pulando delegados civis. O temor é que isso se prolifere, mesmo sem nenhuma alteração legal, que de resto deveria ser na Constituição, e não em lei ordinária”, ressalta a reportagem. 

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Derrite, assim como o governador eleito Tarcísio de Freitas, também é contrário ao uso de câmeras acopladas aos uniformes de policiais, iniciativa que resultou em uma redução drástica da letalidade policial nos batalhões que utilizam o equipamento. Tarcísio já manifestou em diversas ocasiões o desejo de revogar a medida. 

O parlamentar, que foi reeleito no pleito de outubro, também já afirmou considerar “vergonhoso " para um policial não ter ao menos "três ocorrências" por homicídio em sua ficha. 

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Além disso, existe o receio de que a indicação de Derrite acabe por conflitar a relação entre a Polícia Militar e a Polícia Civil, ligada ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que foi  secretário da Segurança do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) entre 2015 e 2016. 

“A indicação de Derrite, um bolsonarista de quatro costados, é um desafio também a essa influência. Moraes é o assinalado como o inimigo político número 1 do bolsonarismo, tendo desferido um duro golpe contra a campanha golpista do presidente ao rejeitar o questionamento às urnas eletrônicas feito pelo PL e multando o partido em R$ 23 milhões”, ressalta a reportagem. 

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Visando reduzir a tensão, Tarcísio fez um aceno à Polícia Civil “prometendo o cargo de número 2 na Segurança ao atual delegado-geral do estado, Osvaldo Nico Gonçalves”, destaca o periódico.

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