Frigorífico obriga funcionários a vestirem camiseta de Bolsonaro

Um empregado disse que um frigorífico em Betim (MG) prometeu um pernil para cada funcionário que levar o comprovante de voto em Bolsonaro na segunda-feira seguinte ao segundo turno

(Foto: Reprodução)


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247 - Funcionários de um frigorífico de Minas Gerais foram pressionados a vestir uma camiseta na quinta-feira (20) com o slogan e o número de Jair Bolsonaro (PL) e a participar de uma conversa sobre o segundo turno das eleições. A ação aconteceu em Betim, município da região metropolitana de Belo Horizonte (MG), nas empresas Serradão e Frigobet, que são do mesmo grupo. A conversa contou com a participação do deputado federal bolsonarista Mauro Lopes (PP-MG).

Um empregado disse ao jornal Folha de S.Paulo que o frigorífico prometeu doar um pernil para cada funcionário que levar o comprovante de votação na segunda-feira seguinte ao segundo turno (31) se Bolsonaro for reeleito. 

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O deputado negou que ele ou o dono do frigorífico tenham prometido um pernil para os funcionários. Lopes mudou sua versão sobre a entrega de camisetas e disse, por fim, que foi ele quem fez a doação.

"Promessa de pernil? Negativo. Eu estava lá. Não houve nada disso, não. Que bobagem é essa? A única coisa que aconteceu foi pedir voto para o Bolsonaro. Mais nada. Eles me receberam muito bem. Eu que doei as camisas", disse.

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 "O Ministério Público do Trabalho não tem nada a ver com isso. Eu entro em qualquer local. Peço voto no meio da rua, peço voto no frigorífico, com o catador de lixo. Peço voto para todo mundo. Eu entro em qualquer local e peço voto", acrescentou.

O advogado Fernando Neisser, membro da Academia Brasileira de direito Eleitoral e Político (Abradep), vê indícios de pelo menos duas ilegalidades no caso: propaganda eleitoral e coação. A legislação proíbe propaganda eleitoral nos chamados bens de uso comum, que incluem estabelecimentos privados.

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"Uma segunda ilegalidade é o crime de coação eleitoral, que é você usar do dinheiro que você tem para fazer alguém votar ou não votar em determinada pessoa. E não há dúvidas de que a relação de emprego gera essa posição de autoridade apta a configurar crime de coação eleitoral", continuou. 

"Chefe publicamente constrangendo funcionário a manifestar apoio a um candidato não se compara a situação de um cidadão comum discutindo com outro na rua e fazendo campanha. Ainda que você não tenha ameaça explícita, essa ameaça implícita é reconhecida".

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