Época faz nova denúncia contra Lindbergh

Quinze dias depois de acusá-lo de compra de sentença judicial, revista da Globo diz que o hoje senador do PT e candidato ao governo do Rio fez contrato secreto de R$ 2,7 milhões com o marqueteiro Carlos Colonnese, avalizado por Delúbio Soares em 2004; caixa 2 seria para candidatura a prefeito de Nova Iguaçu; Lindbergh não reconheceu o gasto e na prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral, declarou R$ 500 mil em despesas com a empresa de Cacá

Quinze dias depois de acusá-lo de compra de sentença judicial, revista da Globo diz que o hoje senador do PT e candidato ao governo do Rio fez contrato secreto de R$ 2,7 milhões com o marqueteiro Carlos Colonnese, avalizado por Delúbio Soares em 2004; caixa 2 seria para candidatura a prefeito de Nova Iguaçu; Lindbergh não reconheceu o gasto e na prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral, declarou R$ 500 mil em despesas com a empresa de Cacá
Quinze dias depois de acusá-lo de compra de sentença judicial, revista da Globo diz que o hoje senador do PT e candidato ao governo do Rio fez contrato secreto de R$ 2,7 milhões com o marqueteiro Carlos Colonnese, avalizado por Delúbio Soares em 2004; caixa 2 seria para candidatura a prefeito de Nova Iguaçu; Lindbergh não reconheceu o gasto e na prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral, declarou R$ 500 mil em despesas com a empresa de Cacá (Foto: Roberta Namour)


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247 – A revista Época deste final de semana traz nova denúncia contra o senador do PT Lindbergh Farias, candidato ao governo do Rio de Janeiro em 2014. Há duas semanas, a publicação denunciou suposto esquema envolvendo o parlamentar para a compra de uma sentença judicial, a partir de uma gravação feita pelo polêmico jornalista Mino Pedrosa, ex-assessor do bicheiro Carlos Cachoeira. Lindbergh negou e disse que acusação não se sustenta (Leia aqui).

Nesta semana, a revista da Globo afirma que o petista fez um caixa 2 em sua campanha à prefeito de Nova Iguaçu, em 2004, por intermédio do ex-tesoureiro do PT, para financiar R$ 2,7 milhões de gastos com o marqueteiro Carlos Colonnese. Lindbergh declarou à Justiça Eleitoral que os serviços custaram R$ 500 mil.

Delúbio foi condenado a 8 anos e 11 meses de prisão pelo STF na Ação Penal 470, do processo do chamado “mensalão”.

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Confira, abaixo, o texto publicado pela revista Época:

O que Lindbergh queria?

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“Dinheiro, como todo mundo”, disse Delúbio Soares – antes de avalizar um contrato de caixa dois com uma agência de publicidade, em 2004

MURILO RAMOS E DIEGO ESCOSTEGUY

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O ano de 2004 foi especial para Lindbergh Farias, atualmente senador e pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro pelo PT.

Inexpressivo como deputado federal e empacado politicamente pela imagem juvenil de cara-pintada, imagem que o perseguia desde o impeachment de Fernando Collor de Mello, nos anos 1990, Lindbergh percebeu que era hora de dar uma sacudida na carreira. Com o apoio da cúpula do PT, decidiu sair candidato a prefeito de Nova Iguaçu, uma das principais cidades da Baixada Fluminense. Administrar Nova Iguaçu seria, como se confirmou depois, um trampolim para projetos políticos mais ousados. Lindbergh sabia que precisava tornar seu nome conhecido na região e, nessa cruzada, contava com o respaldo dos próceres do partido, principalmente do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, que via nele grande potencial. O primeiro passo era evidente: contratar uma assessoria de marketing político para promover a metamorfose, aos olhos do eleitorado, de líder dente de leite em gestor qualificado. Escolheu-se para o trabalho a agência paulista Supernova Mídia, do marqueteiro Carlos Colonnese, conhecido como Cacá. A parceria deu certo, e a passagem de Lindbergh para o segundo turno das eleições municipais entusiasmara a direção do PT. Mas também causara preocupação. Como a campanha de Lindbergh arrumaria os R$ 2,7 milhões que o marqueteiro Cacá exigia para continuar trabalhando?

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Lindbergh, de acordo com líderes do PT que coordenaram as campanhas do partido em 2004, fez o que todos no partido faziam: foi pedir dinheiro a Delúbio Soares, então tesoureiro petista. Encontrou-se com Delúbio no restaurante de um hotel na Zona Sul do Rio de Janeiro, de acordo com esses relatos. Os dois conversaram a sós por alguns minutos. Quando Lindbergh foi embora, os interlocutores de Delúbio perguntaram o que ele queria. “Dinheiro, como todo mundo”, disse Delúbio, segundo o relato de um dos presentes. Delúbio consultou Dirceu, que aprovou o repasse do dinheiro – ou, no mínimo, o compromisso do partido de pagar a conta assim que se obtivessem fundos para tanto. Naquele momento, a vitória de Lindbergh era uma das prioridades do grupo de Dirceu. A direção do PT sabia que Lindbergh viria a ser, como agora se demonstra, um candidato forte ao governo do Rio de Janeiro.

Em 2004, o PT tinha muitas campanhas – e muitas dívidas – país afora.Mesmo com o dinheiro do operador Marcos Valério, hoje condenado no caso do mensalão, Delúbio não conseguia fazer frente às demandas dos candidatos. Como alternativa, segundo pessoas próximas a ele, Delúbio se comprometeu com Lindbergh a avalizar a dívida com o marqueteiro Cacá. Delúbio exigia, porém, que Lindbergh também assinasse um contrato e as respectivas notas promissórias com Cacá. Era uma maneira de garantir que, caso eleito, Lindbergh arcaria com a quitação da dívida, por meio de contratos da prefeitura de Nova Iguaçu com Cacá, como determinam as regras silenciosas da política nacional. Lindbergh hesitou, segundo os relatos. Disse que seu coordenador de campanha assinaria.

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Como Delúbio estivesse inflexível, Lindbergh finalmente capitulou. Topou assinar os papéis.

E assim foi feito. ÉPOCA teve acesso aos documentos, que estavam com dirigentes graúdos do PT. Os papéis revelam que, no dia 14 de outubro de 2004, a duas semanas do segundo turno, Lindbergh e Cacá assinaram um contrato secreto de R$ 2,7 milhões, avalizado por Delúbio. Cinco dias depois, Delúbio endossou três notas promissórias oferecidas como garantia de pagamento. Uma no valor de R$ 500 mil, outra de R$ 1 milhão e a última de R$ 1,2 milhão. As promissórias também foram assinadas por Lindbergh. Em 26 de outubro daquele ano, a cinco dias do segundo turno, o contrato foi registrado no Cartório do 10o Ofício de Notas de Nova Iguaçu. Todas as firmas foram reconhecidas.

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O esforço do PT foi recompensado com a vitória de Lindbergh. Na prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral, Lindbergh reconheceu apenas R$ 500 mil em despesas com a empresa do marqueteiro Cacá. O contrato público, do caixa oficial, tem, além do valor de R$ 500 mil, uma importante diferença em relação ao contrato secreto. Nele, não aparece Delúbio Soares. O conjunto de papéis secretos constitui evidência forte de que Lindbergh cometeu crimes eleitorais, ao fornecer informações falsas à Justiça Eleitoral – e, claro, ao recorrer ao célebre caixa dois de Delúbio.

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