Câmara recua em pontos polêmicos do Plano Diretor de São Paulo

Projeto de revisão do Plano Diretor Estratégico de São Paulo sofrerá mudanças antes da segunda votação na Câmara Municipal

(Foto: Câmara Municipal de São Paulo)


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247 — O projeto de revisão do Plano Diretor Estratégico de São Paulo, segundo a Folha de S.Paulo, enfrentará alterações em pontos polêmicos antes da segunda votação na Câmara Municipal, conforme declarou o relator do texto, vereador Rodrigo Goulart (PSD), nesta segunda-feira (19). A segunda votação está agendada para esta quarta-feira (21).

Uma das mudanças previstas é a exclusão do artigo do substitutivo que revoga a lei que impede a construção de prédios mais altos que a torre de observação do Mirante de Santana, a principal estação meteorológica da cidade de São Paulo. A permissão para tais edificações no entorno da estação acarretaria influências nos dados coletados, como retenção de calor nos prédios vizinhos e alterações na velocidade e direção do vento, entre outros. Isso impossibilitaria a comparação das novas medições com a série histórica de 80 anos de dados climáticos da cidade, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

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Além disso, a Câmara também deverá reintroduzir a proposta do prefeito Ricardo Nunes (MDB) que retira o incentivo para vagas de garagem em microapartamentos, unidades com menos de 35 metros quadrados. Atualmente, a regra da prefeitura estabelece uma vaga de garagem gratuita, sem a necessidade do pagamento da outorga onerosa, que é a taxa para construir acima da área do terreno, a cada 60 metros quadrados de área construída total.

Outro ponto a ser reavaliado são os incentivos para a construção de edifícios nos miolos de bairros. O vereador considera reduzir a área de influência dos eixos de transporte público, onde a isenção da outorga é maior e não há limite de altura, para um raio de 800 metros das estações de metrô. Na versão aprovada em primeira votação na Câmara, essa distância é de 1.000 metros, enquanto no plano vigente desde 2014, o raio é de 600 metros. Assim, o relator está disposto a estabelecer um meio-termo, embora ressalte que o programa federal Minha Casa Minha Vida considera 1.000 metros uma "distância caminhável" até o transporte público.

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A proposta também manterá o aumento de 300 para 450 metros com estímulo ao adensamento construtivo no entorno dos corredores de ônibus. No entanto, espera-se que o texto exclua a possibilidade de pagamento da outorga onerosa por meio de obras de urbanização realizadas pelas construtoras, contratadas pelo município a preço de mercado. Essa medida foi alvo de duras críticas, pois enfraqueceria o Fundurb (Fundo de Desenvolvimento Urbano), usado pela prefeitura para investir em moradia popular, conservação ambiental, praças, parques e transporte, entre outros.

Outro ponto que deve ser retirado do substitutivo é a criação das zonas de concessão, que deixaria a cargo da prefeitura definir as regras nas áreas públicas concedidas à iniciativa privada. O relator afirmou que esse trecho apenas dava um novo nome para as Zonas de Ocupação Especial, que já possuem regulamentação pela prefeitura nas áreas concedidas. No entanto, devido à polêmica gerada, a reavaliação desse ponto também está sendo considerada.

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Goulart ressaltou que as alterações foram amplamente debatidas com a oposição durante o fim de semana e que essas mudanças permitirão a aprovação da proposta com votação igual ou superior aos 42 votos obtidos no primeiro turno. Para que o substitutivo seja barrado, o grupo contrário precisa de 19 votos, sendo que apenas 12 votaram contra na primeira discussão.

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