Cabral fala sobre processo de pacificação de favelas

Governador Srgio Cabral reafirmou que um caminho sem volta; na manh desta tera-feira falou sobre a fase de transio no Complexo do Alemo e na Rocinha; estratgia est em andamento em todo o estado; Maca j comeou a mostrar primeiros resultados; populao deve continuar ao lado do poder pblico



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Rio_247 - A estratégia de pacificação das favelas do Rio de Janeiro ganhou o mundo pela primeira vez em novembro de 2010, quando as Forças Armadas, a Força Nacional de Segurança e as polícias do estado do Rio ocuparam o Complexo do Alemão. Hoje, terça-feira (27), pela segunda vez, a cidade do Rio está na mídia, numa tarefa tão grande e complexa como foi há pouco mais de dois anos.

Na tarde de ontem, na Rocinha, a polícia registrou a sétima morte em 40 dias, onde o processo de pacificação foi iniciado há pouco mais de quatro meses. O assassinato do líder comunitário Vanderlan Barros de Oliveira obrigou a polícia a intensificar o policiamento. E na madrugada de hoje, na favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão, o Bope fez incursões em pontos estratégicos, as revistas foram ampliadas na busca de drogas, armas e bandidos escondidos. Duas ações importantes que induziram o governador Sérgio Cabral a falar com a imprensa e à população.

Cabral afirmou, na manhã desta terça-feira (27), que a substituição dos militares do Exército Brasileiro pela Polícia Militar no Complexo do Alemão acontecerá gradativamente até o próximo dia 27 de junho. O governador explicou que este é um momento de transição dentro do processo de implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) nas comunidades e agradeceu ao governo federal, reforçando a importância da parceria entre as forças de segurança do Estado e o Exército Brasileiro.

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 "A transição começa hoje (27), é uma operação grande, que envolve mais de 700 homens. Tem escalas, planejamento, comandado pelo secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, pela Polícia Militar e com a Polícia Civil dando apoio, mas é, sobretudo, uma operação da Polícia Militar, totalmente integrada com o Comando Militar do Leste", afirmou Cabral. 

Explicou que, quando concluída a substituição do Exército pela Polícia Militar nas comunidades, terá início uma nova fase.

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 "A UPP segue um processo, não se dá de imediato. Portanto, esse trabalho será feito pela nossa polícia. Temos um longo caminho pela frente. A previsão é de que tenhamos um grande contingente de policiais trabalhando nos Complexos do Alemão e da Penha. Algumas unidades que serão sedes das UPPs já estão prontas, outras estão em construção, dentro do planejamento da Secretaria de Segurança", afirmou. 

O governador lembrou que foi prontamente atendido quando solicitou à presidenta Dilma Rousseff a extensão do prazo de permanência dos militares nas comunidades da Zona Norte. E isso possibilitou a retomada da Rocinha, na Zona Sul da cidade. 

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"É importante dizer que, tanto no Alemão, como na Penha e na Rocinha, estamos em uma grande fase de transição. É evidente que existem as ‘viúvas’ do tráfico, aquelas pessoas, de dentro ou de fora das comunidades, que ficam tentando minar o trabalho da política de segurança do Governo do Estado, porque isso quebra uma série de lógicas que permaneceram nos últimos 30 anos. Nunca tivemos a ilusão de que as comunidades fossem se transformar em lugares absolutamente tranqüilos e pacíficos, sem nenhum problema, após um ano e três, quatro meses, deste processo de retomada. Não é assim. Vamos continuar nesta luta. O trabalho é extenuante, mas a população do Rio merece - reforçou o governador.

Cabral destacou ainda que, além da presença permanente da polícia, a pacificação possibilita que a cidadania, em seus vários aspectos, chegue às comunidades e falou sobre os rumos da pacificação na Rocinha.

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 "Quando entramos na Rocinha, havia lá centenas de fuzis, drogas, veículos roubados. Quando se mexe em uma ferida, quando se ataca um tumor, é evidente que há repercussões. Estamos enfrentando um tumor que estava matando o Rio de Janeiro. Eu posso garantir que a população estava muito mais assustada quando ela tinha o poder paralelo, quando as filhas dos trabalhadores tinham medo de subir a comunidade, quando eram chamadas pelos traficantes para se meter em festinhas particulares, quando os meninos eram atraídos para segurar um fuzil e as mães ficavam desesperadas. Hoje, temos na Rocinha um complexo esportivo com cinco mil jovens praticando esportes, temos escola técnica, ensino à distância, mais creches e escolas de ensino fundamental que a Prefeitura está instalando. Posso garantir que um ou outro episódio pode assustar a população, mas ela sabe o caminho que estamos perseguindo e o resultado que vamos alcançar - afirmou.

Quanto à expansão do processo de pacificação para outras regiões da capital e do Estado do Rio, o governador garantiu que a retomada de territórios onde há controle por parte de bandidos armados é um caminho sem volta.

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"Temos uma estratégia pela frente. Em Niterói, o secretário Beltrame tem se encontrado com as lideranças, explicando que temos uma estratégia a seguir. O mesmo vale para a Vila Kennedy, na Zona Oeste, Madureira, na Zona Norte, e comunidades em São Gonçalo, além daquelas em municípios da Baixada Fluminense. Nossa estratégia está sendo seguida e paulatinamente, chegaremos lá. As comunidades terão um resultado de pacificação, mas, enquanto isso, a nossa polícia está trabalhando para valer", concluiu, citando ainda o exemplo de Macaé, onde o comando da PM está desenvolvendo o policiamento ostensivo em comunidades enquanto a UPPs não chegam.

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