Ativistas denunciam ocultação de mortes por frio na capital paulista
Dois homens foram encontrados mortos na Praça da Sé, um homem próximo à Caixa Econômica e outro à escadaria da catedral. Um terceiro foi visto na Praça da Liberdade
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Por Valéria Jurado, no Jornalistas Livres - Duas fortes ondas de frio atingiram São Paulo nas últimas semanas. Diferente de outros períodos críticos de baixas temperaturas, contudo, não houve oficialmente registros de pessoas em situação de rua mortas pelas condições climáticas. Mas essa pode ser apenas uma estratégia de dissimulação das autoridades para o acobertamento das mortes. Tivemos notícia e temos imagens de pelo menos três mortes nos últimos dias, todas na Praça da Sé e na Praça da Liberdade. A SMADS – Secretária Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, no entanto, não confirma nenhuma.
Via de regra, desde julho de 2021, quando morreram 16 homens em situação de rua, a maioria na região da Praça Princesa Isabel/Cracolândia antigo fluxo, a prefeitura passou a dizer sempre que a pessoa “morreu do coração e não de frio, afinal, eram dependentes”. Acontece que o o primeiro órgão a parar na morte causada pelo frio é o coração, afirmam os médicos. Além disso, como a prefeitura pode afirmar que todos eram dependentes químicos? Onde estão os laudos necroscópicos? Presenciei como voluntária em 2021, na Praça Princesa Isabel, três mortos pelo frio enrijecidos como blocos de gelo. Era óbvia a causa das mortes e é o mesmo que temos visto nos últimos dias.
Como funciona hoje a dinâmica da “assistência” a essas pessoas? Às 8 hs da manhã chegam à praça “jovens de coletinho verde e prancheta”. Eles acordam todos que estão ali dormindo embaixo dos cobertores “couro de rato”, aqueles distribuídos pela SMADS, os mesmos que a PM e a GCM esfregam no sereno ou na vala para molhar e surrar os moradores de rua, já que causam muita dor e não deixam marcas. Os “couro de rato” servem também para camuflar a situação. Devido à sua cor cinza, eles se confundem com a paisagem de concreto e passam a falsa impressão de que são lixo e que ali embaixo não tem milhares de seres humanos abandonados, tática para esconder os invisíveis.
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