Adolescentes cometem crime de racismo contra entregador em Taquaritinga

Em entrevista ao Brasil 247, o trabalhador revela que uma das agressoras é filha de um casal de empresários da região. A jovem chama o entregador de “preto, macaco e filho da p...”

(Foto: Divulgação)


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Ricardo Nêggo Tom, para o 247 — Teria sido apenas mais um dia de trabalho na vida de Breno Danilo Kenmoti, se não fosse o crime de racismo cometido contra ele por duas adolescentes, que postaram um vídeo nas redes sociais proferindo ofensas racistas contra o jovem de 29 anos, o chamando de “preto, macaco, fodido e filho da puta”, alegando que o entregador havia devolvido o troco errado na entrega do pedido. Ao Brasil 247, Breno, que há dois anos presta serviços para a hamburgueria La Brasa Burguer, situada à Avenida Paulo Roberto Scandar, em Taquaritinga, São Paulo, disse que ficou revoltado ao tomar conhecimento do vídeo.

“Fiquei muito triste e magoado com essa situação. É inadmissível que em 2023 ainda existam pessoas assim, com tanto preconceito contra as outras”, desabafou o entregador.

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Breno explica que tudo começou quando as jovens alteraram a forma de pagamento na hora da entrega, e foram para o interior da casa decidirem como a compra seria paga. Na volta, efetuaram o pagamento em dinheiro e quando Breno questionou que estaria faltando parte do valor da compra, uma das adolescentes disse ao entregador: “passa esse cartão aí logo, caralho” e o acusou de estar pegando dinheiro a mais para ele. O caso ocorreu no bairro Itamaracá, por volta das 22 horas do último sábado (22) e causou a revolta de outros entregadores que foram até o local protestar contra o crime de racismo praticado pelas jovens.

Mãe de Breno, a dona de casa Rita de Cássia Beck, disse que “esse crime não ficará impune” e que o seu filho é um rapaz honesto, trabalhador e muito querido na região.  

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“O Breno perdeu o pai aos dois anos de idade e trabalha desde os 7 anos, quando ajudava o tio. Ele trabalha como moto táxi até as 18 horas e depois trabalha como entregador na La Brasa. Todos gostam muito dele lá. Ele é muito educado e excelente funcionário. Ele está bem triste, disse que nunca imaginou passar por isso. Isso não pode ficar assim. Queremos justiça e que essas pessoas sejam punidas”.

Breno e a mãe, também revelaram ao Brasil 247 que já identificaram a adolescente que aparece no vídeo fazendo os xingamentos. Ela seria filha de um casal de empresários da região.

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“A que aparece me xingando é filha da dona da loja Flávia Calçados e o pai dela tem uma empresa chamada Só Terra”, revelou o entregador.

Perguntado se acredita na punição das jovens por crime de racismo, Breno diz: “espero que sim, né? Isso tem que acabar”. A La Brasa postou uma nota de repúdio em seu perfil do Facebook, na qual diz que “esse tipo de ato vai totalmente contra aos nossos valores e princípios” e pede “respeito a essa classe trabalhadora que, faça chuva ou faça sol, estão sempre correndo para entregar no conforto de nossas casas nossas encomendas”. A empresa também deu folga remunerada para Breno no dia seguinte ao episódio e disponibilizou um advogado para acompanhar o caso do entregador.

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