A morte de Steve Jobs

A morte do fundador da Apple veio em tom de desafio: a vida dele acabou, e a sua, quando começa?



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Que mais dizer sobre Steve Jobs? Nada que não tenha sido (ou não deva ser) dito. Na falta de assunto melhor, portanto, vamos falar de você. É, você que está lendo isto aqui, que se emocionou com a morte do criador do iPod e acendeu uma vela virtual em sua homenagem. Que lhe parece a morte de Jobs? Tem um lance messiânico aí, concorda? Não é o caso de dizer que o cara morreu para nos salvar, mas, levando em conta tudo o que Steve fez e disse, a morte do fundador da Apple veio em tom de desafio: a vida dele acabou, e a sua, quando começa?

Steve Jobs foi um cara brilhante. Gênio da Era da tecnologia. Mas foi depois de descobrir o câncer que o mataria que transcendeu para ganhar um ar de profeta do Vale do Silício. “A morte é provavelmente a melhor invenção da vida. É o agente de mudança da vida. Tira o velho do caminho para dar lugar ao novo”, disse no célebre discurso de Stanford, em 2005. Desde então, ele conduziu os lançamentos do iPhone e do iPad. Revoluções tecnológicas, mas eu queria falar mesmo da revolução que realmente importa, a dessa sua vidinha mais ou menos.

Fala a verdade, você sabe que pode morrer a qualquer momento, mas só uma ameaça iminente seria capaz de lhe fazer reagir ao fato de que uma hora vamos todos embora. É quando está para morrer que o condenado decide viver. Aí é tarde: você já é um juiz russo de relativo sucesso que descobre no leito de morte que sua vida inteira foi baseada em mentiras. Não, espera aí, esse é o Ivan Ilitch, do Tolstoi, mas você entendeu. É uma questão de asseio, diria o desassossegado Bernardo Soares – “assim como lavamos o corpo devíamos lavar o destino, mudar de vida como mudamos de roupa”.

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É a liberdade, meu caro, a leveza do ser, ou seja lá como você prefere chamar. Tenho tentado, funciona. Não tem nada a ver – não necessariamente – com dinheiro ou poder ou tecnologia ou mesmo sucesso. É mais uma questão de tomar o controle da sua vida, permitir-se o direito de decidir por conta própria, deixar a manada por um tempo, segundos, que seja. Bem, é só um toque. Se estiver confortável por aí e tiver achado isto tudo um monte de besteira, segue em frente. Depois, é só se arrepender.

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