Visando a reeleição, João campos busca maior aproximação com eleitores de Lula no Recife

Avaliação de aliados e interlocutores é que o atual prefeito do Recife deseja se reeleger no primeiro turno em 2024 visando o governo estadual em 2026

Marília Arraes, Lula e João Campos no Recife
Marília Arraes, Lula e João Campos no Recife (Foto: Luis Macedo - Agência Câmara)


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247 - Com o objetivo de se reeleger em 2024, o prefeito de Recife, João Campos (PSB), está adotando uma postura mais alinhada à esquerda em sua forma de governar e agir politicamente na capital pernambucana. Aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), João Campos busca conquistar maior apoio dos eleitores petistas da cidade, deixando para trás as contendas surgidas em 2020 durante a disputa contra o PT na capital pernambucana, diz o jornal Folha de S. Paulo

Durante a campanha eleitoral, João Campos fez diversas críticas ao PT e mencionou escândalos de corrupção envolvendo o partido. Ele acabou vencendo a ex-deputada federal Marília Arraes que concorria pelo PT e agora está no Solidariedade. Na ocasião,ele prometeu que não nomearia petistas para cargos na prefeitura durante o seu mandato, mas em março de 2022, nomeou dois nomes indicados pelo PT para secretarias do governo municipal, alegando que o movimento refletia a aliança nacional estabelecida em 2022 com a chapa de Lula e Geraldo Alckmin (PSB) para a disputa presidencial.

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Essa aliança com o PT tem sido o ponto-chave para que João Campos avance em suas articulações com outros partidos, como o União Brasil e o PSD. Em troca, o PT espera ocupar a posição de vice na chapa de João Campos em 2024. Atualmente, o PT possui três vereadores que atuam como parte da base aliada de João Campos e o nome de Liana Cirne é cotado para ser indicado como vice na disputa de 2024.

A atual vice-prefeita, Isabella de Roldão (PDT), possui poucas chances de concorrer à reeleição ao lado de João. A intenção dos petistas é valorizar o partido ao ocupar a vice na chapa de João. Pela primeira vez desde a redemocratização, o PT, que governou a cidade entre 2001 e 2012, não lançará uma candidatura própria. Porém, o PT vive sob incerteza em relação ao desejo de João Campos de ter um petista como seu vice, devido à possibilidade de o prefeito se candidatar a governador em 2026, o que levaria o vice a assumir o comando do Recife.

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Na esfera programática, porém, João Campos adotou um discurso mais distante da esquerda no primeiro ano de seu mandato. Algumas de suas ações que incluem a reforma da previdência dos servidores públicos em 2021, após a aprovação pela Câmara, e concessões à iniciativa privada. Segundo a reportagem, integrantes do PT afirmam que o partido espera que o prefeito do Recife não avance com essa agenda, a fim de evitar possíveis atritos na relação entre os dois partidos.

Para conquistar o eleitorado lulista, João Campos tem realizado gestos públicos desde a campanha eleitoral, quando dividiu palanques com o então candidato Lula no Recife e em outras regiões. Como prefeito, João Campos tem se reunido com movimentos sociais e sindicatos ligados ao PT após a nomeação de membros do partido para secretarias municipais. O governo federal também tem retribuído politicamente.

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Este ano, João Campos foi convidado pelo governo Lula para uma reunião exclusiva de prefeitos no Palácio do Planalto e teve a oportunidade de discursar. Em abril, Lula assinou um termo autorizando um empréstimo de R$ 2 bilhões do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para o Recife, com o governo federal garantindo o empréstimo, que foi aprovado pelo Senado. 

No PT, a percepção predominante é que João Campos está fazendo esses gestos em direção a Lula e ao PT por cálculos eleitorais e políticos. O partido avalia que o prefeito deseja se reeleger no primeiro turno em 2024 e tem a eleição do governo de Pernambuco em 2026 em vista, na qual a atual governadora Raquel Lyra (PSDB) é considerada candidata natural à reeleição e sua adversária. 

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Por outro lado, no PSB, a interpretação é de que a aproximação é natural diante da chapa Lula-Alckmin. Em conversas reservadas, João Campos afirma que, apesar dos atritos anteriores com o PT, os dois partidos têm mais pontos em comum do que divergências e enfatiza que nunca fez críticas duras a Lula, com quem seu pai, o ex-governador Eduardo Campos, falecido em 2014 em um acidente de avião, tinha uma boa relação.

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