Vereador Jhonatas Monteiro, do Psol, recebe ameaças após conflito na Prefeitura de Feira de Santana (BA)
Ameaças começaram depois que o vereador denunciou a repressão violenta do governo municipal às manifestações de trabalhadoras e trabalhadores da educação

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Jhonatas Monteiro, vereador pelo Psol em Feira de Santana, na Bahia, passou a ser alvo de ameaças após denunciar a repressão violenta do governo municipal às manifestações de trabalhadoras e trabalhadores da educação. As ameaças aconteceram através de mensagens de celular feitas de um número desconhecido na última terça-feira (5), que expunham informações pessoais do vereador e de seus familiares, acompanhadas de ameaças à sua integridade física.
O envio das mensagens ocorre após episódios de violência nos dias 31 de março e 1º de abril, quando uma manifestação de trabalhadoras e trabalhadores da educação municipal foi duramente reprimida dentro da Prefeitura. A ação brutal, realizada sob ordens diretas da Administração do Município, chocou não apenas Feira de Santana (localizada a cerca de 100Km da capital Salvador), tendo sido divulgada até mesmo em veículos de imprensa de circulação nacional. O vereador Jhonatas Monteiro acompanhava a manifestação enquanto membro do Poder Legislativo, com a função de mediar as tentativas de negociação com o governo, e acabou também sendo alvo das agressões, sofrendo escoriações e tendo um dente quebrado.
Os atos de violência foram duramente repudiados pela opinião pública, assim como por órgãos e entidades da sociedade civil, parlamentares, pela Câmara de Vereadores de Feira de Santana e pela Assembleia Legislativa da Bahia, sendo Jhonatas uma das principais vozes contra o ocorrido. Desde as primeiras agressões praticadas, as redes sociais do vereador foram o principal veículo para divulgação dos atos bárbaros que vinham acontecendo dentro da Prefeitura, e a repercussão midiática da cobertura feita pelo seu mandato foi crucial para que nada de pior acontecesse contra os manifestantes. Desde então, Jhonatas tem sido também uma voz firme na denúncia das ações ordenadas pelo governo municipal, e tem tomado as medidas cabíveis para a responsabilização política e jurídica dos envolvidos nas agressões. As mensagens recebidas por Jhonatas Monteiro fazem referência à sua atuação nesse episódio.
Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Feira de Santana desta quinta-feira (7), Jhonatas falou publicamente pela primeira vez sobre as ameaças que recebeu. Na oportunidade ele informou também que medidas já estão sendo tomadas para garantir a investigação rigorosa dos fatos e a devida identificação dos culpados. O vereador registrou Boletim de Ocorrência, e os comandos das polícias Militar (Comando de Policiamento da Região Leste - CPRL) e Civil (Coordenadoria Regional de Polícia Civil – COORPIN) serão devidamente oficiados, bem como o Ministério Público Estadual da Bahia e o Ministério Público Federal. Jhonatas salientou a seriedade do ocorrido, por ser uma tentativa de cerceamento da liberdade política de um parlamentar democraticamente eleito, que teve como objetivo constranger a atuação do seu mandato na defesa de interesses sociais, e que, portanto, atinge frontalmente uma instituição do Estado Brasileiro.
Jhonatas, conhecido como “Rasta”, é um homem negro, professor de História, morador de uma periferia de Feira de Santana, e que foi eleito em 2020 como o vereador mais votado da história do município. Seu mandato tem tido uma atuação combativa em diversas pautas ligadas à garantia de direitos sociais, como saúde, transporte e educação, além da defesa do direito ao trabalho para feirantes, camelôs e ambulantes e a defesa dos povos e comunidades tradicionais. A ameaça à sua vida e a de seus familiares insere-se no fenômeno do aumento da violência política no Brasil, especialmente nos últimos anos, que vem atingindo sobretudo parlamentares e figuras públicas de grupos sociais historicamente oprimidos ou que representam suas pautas. Por isso também serão acionados organismos nacionais e internacionais de garantia dos Direitos Humanos, como a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM), Anistia Internacional, Conselho Nacional dos Direitos Humanos, Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, dentre outros.
Jhonatas também informou que medidas já estão sendo tomadas para garantir sua segurança pessoal e de seus familiares, assim como de membros do seu mandato.
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