Saída da Petrobrás da Bahia provoca desemprego e queda salarial

Venda de ativos da estatal no estado derrubou número de postos de trabalho e salário médio dos trabalhadores

Sede da Petrobras no Centro do Rio.
Sede da Petrobras no Centro do Rio. (Foto: © Fernando Frazão/Agência Brasil)


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Aepet - Com a saída da Petrobras do Estado da Bahia, o setor de petróleo e gás tem sofrido uma das piores crises na geração de emprego e renda de sua história. De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, utilizando a média anual dos trimestres de 2021, enquanto o estoque de trabalhadores no setor petrolífero no Brasil reduziu 2,4% em comparação com a média do ano passado (de 159.086 postos de trabalho em 2020 para 155.227 em 2021), no Estado da Bahia a queda foi de nada menos que 28,9% (de 25.877 em 2020 para 18.328 em 2021).

A renda média do setor também caiu. Ainda segundo a PNAD, enquanto os trabalhadores do setor de extração e respectivas atividades de apoio sofreram uma redução média nos seus rendimentos de aproximadamente 9,5%, na Bahia, a queda nos salários do setor de óleo e gás chegou a 22,9%, saindo de um patamar de renda média próximo a R$ 7.180,00 em 2020 para algo em torno de R$ 5.140,00 em 2021.

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Embora a pandemia possa ser considerada como um dos motivos para a diminuição nos postos de trabalho, o movimento decrescente no mercado de trabalho baiano é um fenômeno que vem ocorrendo simultaneamente ao início do programa de desinvestimentos da Petrobras. Ou seja, desde o final de 2015, quando a companhia passou a se desfazer de uma série de ativos na região, a exemplo dos campos terrestres na bacia do Recôncavo e da recente venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) para o fundo árabe Mubadala, agora renomeada por Refinaria de Mataripe.

Ao comparar o estoque de empregos no setor de óleo e gás na Bahia ao programa de desinvestimentos da Petrobras, é possível observar que no 3º trimestre de 2015 o setor empregava até 37.890 pessoas no Estado. Hoje, o setor ocupa menos de 8.760 postos de trabalho na região, de acordo com os dados do terceiro trimestre da PNAD 2021.

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Os dados em tela revelam, portanto, que ao contrário do que querem acreditar alguns analistas de mercado, a saída da Petrobras de alguns segmentos ainda não surtiu um efeito positivo nem na geração de novos postos de trabalho, nem no aumento da renda. Pelo contrário, a falta de investimentos públicos, plasmados pela ineficácia da iniciativa privada nesse setor, coloca em dúvida até que ponto a desintegração da Petrobras é benéfica para a economia brasileira, em geral, e para a economia da Bahia, em específico.

Por fim, fica uma pergunta: quem ganha com tudo isso, uma vez que os efeitos negativos dessa política têm atingido não só os trabalhadores desse segmento como também a maior parte dos consumidores brasileiros?

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