Pataxós são alvo de ataque a tiros na Bahia
Pistoleiros, milicianos e policiais militares à paisana, a mando de fazendeiros locais, abriram fogo contra a comunidade Boca da Mata, segundo a TV Pataxó

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247 - O povo Pataxó viveu na quarta-feira (17) mais um episódio de pânico e desespero em Barra Velha, município de Porto Seguro (BA). Pistoleiros, milicianos e policiais militares à paisana, a mando de fazendeiros locais, atacaram a comunidade Boca da Mata durante a tarde, segundo a TV Pataxó.
De acordo com informações preliminares, o tiroteio durou aproximadamente 1 hora e encurralou a comunidade em suas casas e escolas. Algumas pessoas fugiram para a mata. Em vídeo que circula nas redes sociais é possível ver claramente a comunidade correndo para se abrigar dos tiros. Também é possível ouvir o barulho dos disparos ao fundo.
Já mais para o final da noite, em troca de tiro entre os próprios agressores, policiais militares ficaram feridos. Não se tem notícias do quadro clínico dos atingidos. Segundo o que está circulando nos grupos de WhatsApp, os próprios fazendeiros acusam os indígenas de terem causado os ferimentos, o que é totalmente contraditório, uma vez que a comunidade sequer tem recursos básicos para subsistência.
Não é a primeira vez que episódios como este acontecem na região. Recentemente, fazendeiros expulsaram indígenas que faziam uma ocupação perto da aldeia Cassiana, vizinha à Boca da Mata.
As comunidades vivem com medo de que um novo FOGO DE 51 possa acontecer. O temor é por conta do forte clima de tensão que paira sobre as aldeias, pois pistoleiros cercam as comunidades, inibindo que a população saia das aldeias. Há poucos dias, em mais uma tentativa frustrada de tornar a comunidade refém, pistoleiros tentaram atear fogo em uma das pontes de madeira que dá acesso à aldeia Boca da Mata e Cassiana.
Omissão do governo do estado e do governo federal
Todas as denúncias foram devidamente registradas junto às instâncias de governo. A Funai (Fundação Nacional do Índio) não tomou qualquer iniciativa. O governo baiano também foi procurado para intervir na situação, já que foi observada a participação de policiais militares à paisana junto aos pistoleiros. Nada foi feito.
A maior cobrança nesse momento é para que a Funai faça cumprir seu papel de acompanhar as comunidades, e para que o governo do estado faça os devidos encaminhamentos junto à Secretaria de Segurança Pública. Há alguns meses o secretário de Segurança Pública do Estado da Bahia se prontificou a ir até as comunidades, mas até o presente momento não houve manifestação de nenhuma instância do governo estadual.
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