MST repudia projeto de lei que homenageia homem acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Margarida Alves
Projeto propõe nomear uma das ruas de Campina Grande (PB) de Zito Burarque, um dos mandantes do assassinato da sindicalista paraibana

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247 - O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) emitiu uma nota de repúdio ao Projeto de Lei 183/2022, da Câmara de Vereadores de Campina Grande, na Paraíba, que homenageia homem acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Margarida Alves.
Projeto propõe nomear uma das ruas de Campina Grande (PB) de "Zito Burarque", um dos mandantes do assassinato da sindicalista paraibana, que “muito contribuiu para a luta das trabalhadoras e trabalhadores rurais, e que foi assassinada na frente de sua casa”, diz o texto.
Margarida foi assassinada em 12 de agosto de 1983, aos 50 anos, em sua casa, na frente do único filho e do marido. Entre as lutas travadas pela sindicalista estão a busca pela contratação com carteira assinada, o pagamento do décimo terceiro salário, o direito das trabalhadoras e dos trabalhadores de cultivar suas terras, a educação para seus filhos e filhas e o fim do trabalho infantil no corte de cana.
"Na época de seu assassinato, Margarida denunciou a Usina Tanques ao Ministério do Trabalho. De propriedade de Zito Buarque, a usina foi acusada de abusos contra canavieiros e de descumprimento da legislação trabalhista", diz a nota.
Confira a íntegra da nota:
NOTA DE REPÚDIO.
O MST repudia projeto de lei votado na câmara dos vereadores de Campina, que homenageia homem acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Margarida Alves.
O movimento também agradece e parabeniza a vereadora @jooliveirapb, única representante da casa a votar contra esse absurdo feitio que desrespeita a história de luta de um dos maiores nomes na luta pela terra e pelos direitos dos trabalhadores rurais.
Nesta terça-feira, 23 de agosto, foi votado, na Câmara Municipal de Campina Grande, o Projeto de Lei 183/2022, que nomeia uma das ruas de nossa cidade de "Zito Buarque" acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Margarida Maria Alves. Margarida foi uma mulher paraibana, sindicalista, que muito contribuiu para a luta das trabalhadoras e trabalhadores rurais, e que foi assassinada na frente de sua casa.
Na época de seu assassinato, Margarida denunciou a Usina Tanques ao Ministério do Trabalho. De propriedade de Zito Buarque, a usina foi acusada de abusos contra canavieiros e de descumprimento da legislação trabalhista.
E embora Zito Buarque tenha sido absolvido, essa decisão nunca representou os movimentos sociais e as lutas por direitos humanos, que continuam ligando seu nome a exploração do trabalho e a toda a estrutura de opressão que esteve relacionada com a morte de Margarida; crime que, mesmo após 39 anos, continua impune.
Infelizmente, mesmo com todo esse histórico, fomos o ÚNICO VOTO CONTRÁRIO a proposta, que pretende homenagear um homem acusado de ser mandante do assassinato de uma mulher como nós, uma mulher de luta!
Margarida Maria Alves, presente, sempre!
#margaridalvespresente
#reformaagraria
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