Justiça nega prisão preventiva de empresários investigados por torturar funcionários
Patrões acusaram os dois de um furto de R$ 30. Um deles teve as mãos queimadas com o número 171 como "punição"

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
247 - O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) negou o pedido de prisão preventiva dos empresários Alexandre e Diógenes Carvalho, investigados por tortura contra os funcionários William de Jesus Conceição e Marcos Eduardo Serra Silva. Patrões acusaram os dois de um furto de R$ 30 e deram pauladas nas mãos deles, em agosto deste ano. O inquérito foi concluído, mas não há detalhes sobre indiciamentos.
Segundo o portal G1, William de Jesus teve as mãos queimadas com o número 171 como "punição" pelo suposto furto de R$ 30 da empresa. Ele negou ter roubado o dinheiro.
O 171 é um artigo do Código Penal que informa as punições para quem "obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento".
As duas vítimas afirmaram que sofreram uma emboscada armada pelos patrões. Eles foram agredidos em dias diferentes.
"Começaram a falar que eu estava roubando, aí começaram as agressões, tanto física quanto verbal, fizeram aquela tortura. Só eu sei o que eu passei", contou William.
"Brincaram comigo como se eu fosse um objeto. Acho que foi uma hora ou 40 minutos [de agressões], não sei, era muito doloroso para mim contar o tempo. Passei por muita dor e muito sofrimento. Eu pedi a todo instante para ele parar, pedia a todo momento pela minha vida e ele só me agredia".
O advogado Otto Lopes, responsável pela defesa do empresário Alexandre Carvalho e do gerente Diógenes Carvalho, afirmou que os crimes cometidos não configuram tortura. Em entrevista a TV Bahia, em 31 de agosto, ele disse que as vítimas estavam, por livre e espontânea vontade, no local onde as agressões aconteceram e poderiam ter deixado a sala quando quisessem.
"Eles assumem lesão corporal, tortura jamais. Em momento nenhum os funcionários foram mantidos em uma sala fechada, eles entraram e deixaram a sala por livre e espontânea vontade, temos até a filmagem nesse sentido. Em momento algum eles tiveram qualquer obstáculo para sair ou foram forçados a entrar", disse.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popularAssine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247