Humberto Costa: desafio para a esquerda é vencer a barreira da comunicação bolsonarista

Em entrevista ao 247, o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que o problema da esquerda é "superar o esquema de comunicação" bolsonarista na internet, baseado em "mentiras e em falsidades". O parlamentar também disse que, mesmo após Luiz Fux assumir o STF, a Lava Jato "não tem mais aquela áurea toda", mas denunciou tentativa de aparelhamento judicial pelo atual governo

(Foto: Pedro França/Agência Senado)


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Leonardo Lucena, 247 (de Recife, Pernambuco) - O senador Humberto Costa (PT-PE) sinalizou que um dos principais desafios da esquerda é superar o esquema de comunicação favorável a Jair Bolsonaro na internet. Em entrevista ao 247 por telefone, o parlamentar também fez referência ao esquema de fake news investigado pelo Supremo Tribunal Federal, onde o inquérito é relatado pelo ministro Alexandre de Moraes.

"Nosso problema é a incapacidade de superar o esquema de comunicação deles, baseado em mentiras e em falsidades, o que faz o bolsonarismo manter certo núcleo de apoio", disse. Para ele, Bolsonaro "não tem autoridade política para seguir por esse caminho (de se posicionar contra a corrupção)". Ele também denunciou a tentativa de se implementar "um aparelho judicial" em favor do atual governo.

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O petista citou as investigações sobre corrupção envolvendo a família presidencial. Uma das principais alternativas de Bolsonaro para manter a governabilidade é associar a gestão dele ao combate à corrupção. Em abril, o ex-juiz Sérgio Moro deixou o ministério da Justiça e Segurança Pública, o que aumentou a possibilidade de o governo federal tentar agregar parte dos créditos da Lava Jato ao bolsonarismo. 

O senador avaliou que a operação "não tem mais aquela áurea toda", após ser questionado sobre os impactos da troca de comando no STF, presidido agora por Luiz Fux, substituto do ministro Dias Toffoli. "Foi uma quantidade absurda de abusos. A Lava Jato se enfraqueceu", complementou.  

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As irregularidades da Lava Jato foram divulgadas em uma série de reportagens publicadas a partir de junho do ano passado pelo site Intercept Brasil. Uma delas apontou que Fux foi um dos ministros do STF dispostos a blindar a operação na Corte

Ao anunciar a demissão, Moro apontou crime de responsabilidade de Bolsonaro, a denunciar tentativa de interferência na PF. Ainda em abril, o ministro do STF Celso de Mello autorizou a abertura de um inquérito para investigar as denúncias do ex-juiz. 

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A família Bolsonaro não é diretamente investigada pela Operação Lava Jato, mas tem o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) sendo acusado de envolvimento em um esquema de "rachadinhas" que teria ocorrido quando ele era deputado estadual no estado do Rio de Janeiro. De acordo com as apurações do Judiciário fluminense, ele tinha como assessor Fabrício Queiroz, que o ajudava na Assembleia Legislativa (Alerj).

Investigações

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Queiroz foi preso no dia 18 de junho em Atibaia (SP), onde estava escondido em um imóvel que pertence a Frederick Wassef, então advogado de Flávio - depois ele deixou a defesa do parlamentar. Segundo relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), Queiroz fez movimentações financeiras atípicas. Foram R$ 7 milhões de 2014 a 2017, apontaram cálculos do órgão. 

No primeiro semestre deste ano, o procurador da República Sérgio Pinel afirmou ter encontrado “fortes indícios da prática de crime de lavagem de dinheiro” envolvendo Flávio, que negou irregularidades. 

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O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) é investigado por suposta participação em um esquema que tem como objetivo a divulgação de notícias falsas na internet, para prejudicar a oposição e favorecer o pai dele, Jair Bolsonaro. 

Em maio, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra políticos e empresários, além do blogueiro Allan dos Santos, do site Terça Livre, por causa da disseminação de fake news. Dentre os alvos estiveram a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) e mais sete deputados pró-Bolsonaro, a militante Sara Winter, que ameaçou o ministro do STF Alexandre de Moraes, os empresários bolsonaristas Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, e Edgard Corona, fundador da Smart Fi. O  ex-deputado federal Roberto Jefferson é outro na mira do Judiciário. 

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O tema fake news ganhou mais destaque na imprensa durante a campanha eleitoral de 2018. Naquele ano o jornal Folha de S.Paulo denunciou, em reportagem, uma campanha ilegal financiada por empresas contra o então presidenciável Fernando Haddad (PT). O objetivo do esquema era prejudica-lo com a divulgação de fake-news (notícias falsas) no WhatsApp. Cada contrato chegou a R$ 12 milhões, pontou a matéria.

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