Famílias sem terra são despejadas pela PM com violência no interior de Pernambuco
Integrantes do MST denunciam que 450 policiais do BEPI, do Batalhão de Choque e da cavalaria da Polícia Militar, usaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para concretizar uma ação de despejo contra cerca de 200 famílias do Acampamento Bondade, em Amaraji

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Rede Brasil Atual - Cerca de 200 famílias sem terra foram surpreendidas na manhã desta terça-feira (25) pela violência de uma operação de despejo do Acampamento Bondade, em Amaraji, a 96 quilômetros de Recife. Segundo os acampados, 450 policiais do Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (BEPI), do Batalhão de Choque da Polícia Militar e da cavalaria da Polícia Militar, usaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Um helicóptero da Secretaria de Defesa Social sobrevoa o local.
A ação de reintegração de posse é atribuída à Usina União e Indústria S/A. Sediada em Barra de Guabiraba, é produtora de etanol e de açúcar.
Agricultores acampados, a maioria deles ex-empregados da Usina União que afirmam não ter recebido suas rescisões, já vinham denunciando a intimidação por meio de pistoleiros a serviço dos usineiros.
O MST ingressou com ação para suspender a liminar que permite à Usina União o despejo, o que ainda não foi julgado. Advogados que apoiam as famílias cobram uma posição do governador Paulo Câmara (PSB).
Busca de solução pacífica
Na última quarta-feira (19), o Ministério Público de Pernambuco declarou em nota que “iria até o assentamento conversar com assentados para buscar uma solução pacífica para o cumprimento da decisão judicial”.
As famílias, porém, afirmam que não foram apresentadas alternativas para resolver o conflito. Nem pelo governo, pelo Instituto de Terras e Reforma Agrária de Pernambuco (Iterpe), Ministério Público estadual ou a Usina União.
Segundo o MST, a usina já foi denunciada pelo Ministério Público por praticar trabalho análogo à escravidão. Muitos desses trabalhadores que se encontravam em situação semelhante à escravidão são os mesmos que hoje resistem ao despejo do Acampamento Bondade frente à violência das forças policiais.
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