"Estamos sendo tratados como feras selvagens", diz detento de Pedrinhas

"A gente sabe que está aqui porque estamos pagando pelos nossos erros, mas também somos seres humanos e estamos sendo tratados como feras selvagens", afirma um dos detentos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA); falta de material de higiene, bloqueios feitos pelos detentos para evitar os ratos e baratas nas celas, remédios vencidos e comida azeda são alguns dos problemas do complexo, além da superlotação de 55%; as denúncias confirmam o documento da ONU, que será apresentado no dia 8 ao Conselho de Direitos Humanos, em Genebra (Suíça); entre 2013 e 2014, uma onda violência resultou na morte de 79 presos; mo ano passado, quatro foram assassinados

"A gente sabe que está aqui porque estamos pagando pelos nossos erros, mas também somos seres humanos e estamos sendo tratados como feras selvagens", afirma um dos detentos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA); falta de material de higiene, bloqueios feitos pelos detentos para evitar os ratos e baratas nas celas, remédios vencidos e comida azeda são alguns dos problemas do complexo, além da superlotação de 55%; as denúncias confirmam o documento da ONU, que será apresentado no dia 8 ao Conselho de Direitos Humanos, em Genebra (Suíça); entre 2013 e 2014, uma onda violência resultou na morte de 79 presos; mo ano passado, quatro foram assassinados
"A gente sabe que está aqui porque estamos pagando pelos nossos erros, mas também somos seres humanos e estamos sendo tratados como feras selvagens", afirma um dos detentos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA); falta de material de higiene, bloqueios feitos pelos detentos para evitar os ratos e baratas nas celas, remédios vencidos e comida azeda são alguns dos problemas do complexo, além da superlotação de 55%; as denúncias confirmam o documento da ONU, que será apresentado no dia 8 ao Conselho de Direitos Humanos, em Genebra (Suíça); entre 2013 e 2014, uma onda violência resultou na morte de 79 presos; mo ano passado, quatro foram assassinados (Foto: Leonardo Lucena)


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Maranhão 247 - "A gente sabe que está aqui porque estamos pagando pelos nossos erros, mas também somos seres humanos e estamos sendo tratados como feras selvagens", afirma um dos detentos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA). Em vídeos divulgados nesta terça-feira (1º) pela entidade de direitos humanos Conectas, presidiários afirmam que são vítimas de torturas praticadas por agentes penitenciários e policiais militares. Os apenados também reclamam da falta de assistência jurídica e das precárias condições de higiene da penitenciária.

Os depoimentos dos presos integram o relatório "Violação Continuada: Dois Anos da Crise em Pedrinhas", resultado de seis inspeções realizadas nos últimos dois anos por membros da Conectas, da OAB-MA, e das ONGs Justiça Global e SMDH (Sociedade Maranhense de Direitos Humanos). "A comida já chega aqui azeda. Não consigo suportar nem o cheiro dessa comida. Está todo mundo aqui morrendo de fome e desnutrido", diz outro preso. Todos os detentos tiveram sua identidade preservada. 

Eles reclamam também da falta de material de higiene, mostraram bloqueios que fazem para evitar os ratos e baratas nas celas e a falta de tratamento médico básico. Segundo a advogada e diretora da Justiça Global, Sandra Carvalho, os presos sofrem tortura física e também psicológica. "As violações de direitos humanos são recorrentes não apenas em Pedrinhas, mas em todo o sistema penitenciário do país", acrescenta.

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As denúncias confirmam o documento da ONU, que será apresentado no dia 8 ao Conselho de Direitos Humanos, em Genebra (Suíça), pelo relator especial sobre tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes, Juan Méndez. De acordo com ele, a situação de Pedrinhas é "explosiva".
 
"As unidades são superlotadas e segurança é mal aplicada. Os presos são mantidos em suas celas coletivas durante 22 ou 23 horas por dia. Visitas familiares acontecem em condições humilhantes. Alimentos e serviços médicos são extremamente inadequados", diz o texto de Méndez. As informações são do UOL.
 
Superlotação e controle de facções

Pedrinhas abriga mais de 3.000 presos, onde só deveriam estar 1.945, o que representa uma superlotação de 55%. Do total de apenados no complexo, 66,4% são provisórios: 25 pontos percentuais acima da média nacional: 41%. Três facções criminosas do Estado: PCM (Primeiro Comando do Maranhão), Bonde dos 40 e Anjos da Morte. Uma onda violência resultou na morte de 79 presos entre 2013 e 2014. No ano passado, quatro presos foram assassinados no complexo.
 
Além da má qualidade da comida servida, outra reclamação constante dos presos é a falta de assistência médica e a presença de remédios vencidos. As inspeções realizadas pelas entidades nunca encontraram um médico a serviço no presídio. Membros da Corte Interamericana de Direitos Humanos inspecionarão o complexo penitenciário no primeiro semestre de 2016, afirmam os autores do relatório.
 
Dentre as recomendações do relatório, estão a reforma imediata de Pedrinhas, a investigação dos casos de fugas, rebeliões e corrupção e de mortes no sistema penitenciário maranhense, e o fortalecimento da Defensoria Pública.
 
 

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