Cidades do interior de Pernambuco temem falta de oxigênio e transferem pacientes com Covid-19
“Já começou a faltar oxigênio em algumas cidades”, alertou o presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde de Pernambuco, José Edson de Souza. Diante do cenário crítico, 26 pacientes de quatro cidades do Agreste pernambucano foram transferidos para hospitais dos municípios maiores do interior, a exemplo de Caruaru

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
247 - O Conselho de Secretários Municipais de Saúde de Pernambuco alertou que o estoque de oxigênio no Agreste do estado só é suficiente para mais 24 horas. “Já começou a faltar oxigênio em algumas cidades. O estoque atual para os municípios só é suficiente para abastecer os hospitais da região até a manhã deste sábado”, disse o presidente do conselho, José Edson de Souza. O relato foi publicado pelo jornalista João Valadares, em reportagem na Folha de S.Paulo.
O governo de Pernambuco enviou nesta quinta-feira (27) 149 concentradores de oxigênio para 44 cidades, 29 delas no Agreste, região que sofre com alta de casos da Covid-19. Ao todo, 26 pacientes de quatro cidades foram transferidos para hospitais dos municípios maiores do interior, a exemplo de Caruaru.
Em carta aberta, os distribuidores de oxigênio em Pernambuco alertaram para o risco de uma crise no abastecimento do gás medicinal. De acordo com José Edson de Souza, o grande problema é o transporte do material. “A demanda é cinco vezes maior do que no auge da pandemia no ano passado. Temos um problema para conseguir transportar o oxigênio para toda a região”, afirmou.
O Executivo estadual, comandado por Paulo Câmara (PSB), determinou uma quarentena mais rígida em 65 municípios entre os dias 26 de maio e 6 de junho.
O secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, afirmou nesta quinta-feira (27) que não há risco de desabastecimento de oxigênio. “Estamos trabalhando em conjunto com os municípios pernambucanos porque os problemas deles são problemas nossos. Os municípios e unidades que têm tanques de O2 não têm o que temer. Inclusive temos plantas industriais em Pernambuco, responsáveis pelo abastecimento de oxigênio de outros estados do Nordeste”, afirmou.
Manaus
Além de problemas como lentidão em vacinação, em testagem e superlotação de unidades de saúde, o abastecimento de oxigênio também virou preocupação no País. Neste sentido, a primeira grande crise de repercussão nacional aconteceu no começo do ano, quando unidades de saúde de Manaus (AM) relataram a falta do elemento químico em plena pandemia.
Documentos públicos apontaram que o ministério da Saúde, então comandado pelo general Eduardo Pazuello, sabia do cenário crítico sobre o sistema de saúde na capital oito meses antes de ser constatada a falta de oxigênio.
A Advocacia-Geral da União (AGU) havia informado ao Supremo Tribunal Federal que o governo federal sabia do iminente colapso do sistema de saúde no Amazonas 10 dias antes da crise.
Em outra manifestação, o procurador da República Igor Spindo disse que a causa principal para a falta de oxigênio em Manaus foi a interrupção do transporte deste insumo pela Força Aérea Brasileira (FAB).
Os problemas de gerenciamento da crise do coronavírus estão sendo apurados pela CPI da Covid, no Senado.
Inscreva-se no canal de cortes da TV 247 e saiba mais:
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247