Volta as aulas com obras ainda paradas

Reforma do Instituto de Geocincias da UnB est paralisada h quatro meses; faltam salas de aula e banheiros no pavimento superior; entulho atraiu animais e insetos;Detlef Hans Gert Walde, diretor do instituto, lamenta a situao



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UnB Agência - A terceira etapa da reforma no Instituto de Geociências (IG) está parada há praticamente quatro meses. O abandono do canteiro de obras ocorreu após a empresa responsável, a BSB Engenharia, alegar problemas financeiros para o prosseguimento do trabalho. O contrato, no valor de R$ 574,9 mil, previa a reestruturação e ampliação da secretaria, auditório, salas de aula, laboratório e sanitários.

Segundo a direção do IG, operários desmontaram parte das instalações, inclusive os únicos banheiros do pavimento superior, e um mês depois deixaram a área. “Além do grande desconforto, estão faltando salas de aula e espaço para funcionamento da secretaria”, lamenta o professor Detlef Hans Gert Walde, diretor do instituto. Ele estuda a possibilidade de instalar banheiros químicos nos corredores da ala central do Instituto Central de Ciências (ICC), onde fica a faculdade. “Vamos reabrir o Museu de Geociências e várias comitivas de alunos da rede pública de ensino estão previstas para visitação. Não tenho banheiro disponível”, revela.

A situação também é preocupante por causa da segurança e do ambiente insalubre. O canteiro de obras não chegou a ser isolado e, após a saída da empresa, entulho e sujeira tem atraído animais e insetos. “É um inconveniente ambiental que não dá nem para medir, tem poeira e mosquito por toda a parte”, critica Claudinei Goveia de Oliveira, professor de Geologia. Paredes foram derrubadas e o acesso ao local não é controlado. Parte da reforma fica em frente às salas de professores e próximo a laboratórios. “Temos computadores de alta tecnologia para geofísica, microscópios e outros equipamentos caríssimos”, preocupa-se Detlef.

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Prejuízo

Avaliado com conceito 6 junto a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de nível Superior (Capes), um dos melhores índices da UnB, o Programa de Pós-Graduação em Geologia não tem sala exclusiva para os alunos que desenvolvem seus projetos de pesquisa. O espaço está previsto na reforma paralisada, mas enquanto a obra não avança, os pesquisadores dispõem de uma sala improvisada no subsolo do ICC, com iluminação precária, falta de mobiliário e sem tomadas de energia. “O ambiente é muito ruim, sem contar o medo de assalto”, reclama Jéssica Bogossian, estudante do mestrado em Geologia.

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Ao todo, o IG tem cerca de 200 pesquisadores em seus Programas de Pós-Graduação. Na graduação, a faculdade oferece Geologia, Geofísica e Ciências Ambientais. São mais de 400 alunos e 53 professores.

Solução

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O Centro de Planejamento Oscar Niemeyer (Ceplan), responsável pela fiscalização da obra, informou que, após ter constatado o abandono da reforma, pediu a rescisão unilateral do contrato, em 24 de janeiro. “Desde então, a empresa tem usado os prazos legais de recurso”, explicou Alberto de Faria, diretor do Ceplan. Ainda segundo Faria, o Decanato de Administração (DAF) negou a última tentativa da BSB Engenharia para continuar na obra. “O processo administrativo de cancelamento do contrato está no fim, e o próximo passo é convidar a empresa que ficou em segundo lugar na licitação para concluir a obra. “Se não for possível [que a outra empresa assuma], teremos de fazer uma nova licitação, o que vai levar dois meses, mais outros 90 dias de trabalho”, prevê.

Para o diretor do IG, é preciso uma ação emergencial para tapar o canteiro de obras e resolver a falta de banheiro. Sobre a demanda, o Ceplan informou já ter solicitado à Prefeitura do Campus que isole a área da reforma e reconstitua os banheiros desmontados. “Já demos andamento à reconstrução dos banheiros, apesar da obras estarem em processo de discussão jurídica”, pondera Francisco Cassiano, prefeito do campus. Segundo ele, o reparo ainda não foi feito porque o material necessário está indisponível. “Vamos praticamente refazer os sanitários, o que requer estrutura de tijolos e azulejos que não temos. Como a prioridade dos últimos dias tem sido o trabalho de volta às aulas, a obra [dos banheiros] será feita no decorrer do semestre”, garantiu.

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