Venda da Delta pode levar BNDES ao palco da CPI
BNDES tem 31% do capital da holding comandada por Joesley Batista, que assumir empresa de Fernando Cavendish na segunda-feira 14; presidente do Banco Estatal, Luciano Coutinho, poder ser chamado para explicar negcio que envolve R$ 900 milhes em recebveis dos cofres pblicos
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247 – “Um dos mais intrigantes negócios do ano”, como definiu o jornal Valor Econômico, acaba de ser incluído no rol de atenções da CPI do Cachoeira. É a compra, sem uso de dinheiro, da Delta Construções, de Fernando Cavendish, pela holding J&F, controladora do grupo JBS, da área de frigoríficos. O governo é parte desse negócio, uma vez que o BNDES detém 31% do capital da J&F. Parlamentares que integram a CPI já estudam maneira de convocar os novos titulares da Delta, pivô no esquema de tráfico de influência montado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres, para depor na comissão. Esse movimento poderia levar não apenas os irmãos Wesley e Joesley Batista, majoritários da J&F, ao banco de inquirições da comissão, mas também o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
“Se a Delta fez transações com empresas fantasmas, se envolveu-se em negócios escusos, como é que a solução é vendê-la? Eles metem o dinheiro no bolso?”, pergunta o deputado Miro Teixeira , que deu entrada em pedido na Procuradoria-geral da República para impedir a concretização do negócio. Na solicitação, Miro pede atuação do MPF para evitar a venda ou até anulá-la, se já estiver consumada. Pede, ainda, que sejam arrolados, de forma cautelar, todos os bens da empreiteira e tornados indisponíveis, para permitir eventual recuperação de ativos. O objetivo, cita o documento, é evitar "essencialmente que bandidos encontrem no crime uma atividade lucrativa e vantajosa". Ele não descarta, como integrante da CPI, chamar os atuais e futuros responsáveis pela companhia para depor na comissão.
Enquanto isso, o presidente-tampão da Delta, Carlos Alberto Verdini, que assumiu no lugar do auto-afastado Fernando Cavendish, afirma que a companhia, mesmo sob risco de ser declarada inidônea pela Controladoria Geral da União (CGU), tem quase R$ 1 bilhão para receber do governo. Dos R$ 4 bi em contratos de obras que a Delta possui no momento, apenas 1% é com a iniciativa privada. Praticamente todo o portfolio da companhia é de negócios com a União, Estados e municípios.
A J&F anunciou a realização de uma auditoria interna para avaliar qual o preço a pagar pela empresa. Fontes da companhia fundada pelos irmãos Batista informaram que o negócio tem as benções do governo,mas axuliares da presidente Dilma no Palácio do Planalto negaram essa anuência. Em comunicado, a J&F negou que seu presidente executivo, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, será o comandante da nova área de negócios do grupo, que jamais teve qualquer experiência no setor da construção civil. O nome do presidente indicado por ser conhecido nas próximas horas.
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