Unidade em São Paulo
Em São Paulo, desde logo houve convergência dos vetores na direção do ministro da Educação, Fernando Haddad
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Poucas coisas são tão precisas quanto a sabedoria popular. Quando se diz que “a união faz a força”, é porque a convergência em torno de objetivos é sempre a melhor solução. Por isso, o Partido dos Trabalhadores está, em peso, com o ministro Fernando Haddad na disputa pela Prefeitura de São Paulo, que acontece no ano que vem.
Mas há uma curiosidade nesse processo: alguns setores querem fazer crer que união não é qualidade. Nessa mistura (deliberada?) de conceitos, insinuam que a decisão de ir para a disputa com Haddad não passou de um “dedaço”, uma imposição da cúpula do partido, sem debates internos e avaliações de todas as correntes que compõem o PT.
Setores da imprensa querem vender a ideia de que há ungidos dentro do PT. E pior: que o que vale para São Paulo, vale para o restante do país, para cidades nas quais temos mais de um candidato. Impressiona a má-fé na formulação desse raciocínio: então, com toda a nossa trajetória, de uma hora para outra vamos ignorar aspectos regionais e locais e fazer com que a mesma fórmula vigore onde houver disputa interna? E que medo teríamos da disputa interna?
Aos nossos críticos, vale lembrar: foi por causa justamente disso que o PT fez-se forte. Porque soube ouvir e respeitar todas as suas correntes, sem deixar de lado a busca pelo consenso e unidade de ação. Desde muito cedo, tivemos a maturidade para encurtar as distâncias e fazer com que fossem superadas sem traumas. O partido nasceu com a percepção de que tais processos oxigenam o processo político.
E se essa união não fosse tão incômoda para os adversários, não se preocupariam com ela. Ao contrário: torceriam para que insistíssemos no erro. Tampouco a distorceriam. Sabem que o PT vem forte em São Paulo, com Haddad, que apesar dos ataques conservadores, tem uma bela história de conquistas à frente do Ministério da Educação, antenada com a importância que a área tem para o futuro do país.
As prévias são movimentos saudáveis e que fortalece a democracia partidária. O PT é amplamente favorável a elas, tanto que foi o primeiro partido a implantá-las. Mas se conseguimos um consenso sem passar por prévias, por que razão nossos adversários tanto nos criticam? De um lado, porque queriam disputas “fratricidas”. De outro lado, porque não têm condições neste momento de construir o mesmo consenso.
As três décadas de exercício democrático no PT fizeram da transparência um dos pilares de nossa credibilidade. Sempre fomos claros na condução das disputas internas, como fomos claros nessa escolha sem prévias. Acumulamos bagagem para saber superar as divergências e evitar conflitos infrutíferos.
Em São Paulo, desde logo houve convergência dos vetores na direção do ministro da Educação. Quem foi para a disputa, o fez de forma legítima, com o estímulo e aquiescência das correntes partidárias. Mas se retirou por perceber que a unanimidade se construíra em torno de Haddad.
Sabemos perfeitamente que 2012 nos reserva eleições árduas. Somos o adversário a ser batido, depois de vitórias presidenciais maiúsculas em 2002, 2006 e 2010. Não aceitam o sucesso das administrações do PT, do processo de inclusão que conduzimos. Exatamente por isso nossa responsabilidade é maior em 2012.
Sabemos que a futura candidatura de Haddad tem tudo para fazer a cidade saltar para uma nova era. O caminho é fortalecermos ainda mais nossa unidade, abrindo espaços para que a candidatura Haddad seja uma construção coletiva. Sem essa certeza e sem envolver a experiência e garra dos que pensavam em concorrer a prefeito, não sairemos vencedores das urnas. Por isso, estamos unidos e prontos para calar, mais uma vez, os que nos criticam antecipadamente.
José Dirceu, 65, é advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT
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