Tragédia foi causada por imprudência e pirataria
Indcios apontam que motorista do nibus que causou acidente na BR-153, no trecho de Gois, dirigia em alta velocidade e fazia ultrapassagens perigosas; 15 passageiros morreram e mais de 60 ficaram feridos; veculo estava irregular
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Brasília247 – O transporte pirata e a imprudência ao volante fazem novas vítimas nas estradas brasileiras. Desta vez, o suspeito de infrigir regras e colocar a vida de quase 90 pessoas em risco é o motorista Francisco Ferreira Ribeiro, 27 anos. Ele foi indiciado pela Polícia Civil de Goiás por homicídio doloso e lesão corporal após ser acusada de cometer o acidente que causou a morte de 15 pessoas e deixou pelos menos 60 passageiros feridos na BR-153, perto do trevo de Estrela do Norte (GO), na tarde de sábado (18).
A irresponsabilidade de Francisco, ao que tudo indica, foi o principal motivo da tragédia. Segundo depoimentos de passageiros, ele dirigia em alta velocidade e fazia ultrapassagens perigosas ao longo do percurso. Nem a forte chuva que caía na região próxima ao local do acidente pareceu intimidar o motorista, que seguia de Codó (MA) para São Gotardo (MG). Relatos apontam que ele fazia manobras perigosas quando invadiu a pista contrária e atingiu de frente o ônibus do Grupo Amaral, que partiu de Brasília rumo a Minaçu (GO).
Durante o trajeto, Francisco teria, inclusive, atrasado a viagem em mais de 10h para fugir de uma blitze. Para o delegado de Estrela do Norte, André Campos de Medeiros, o motorista assumiu o risco de matar ou ferir passageiros. Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, publicado nesta segunda-feira (20), o delegado disse que além de testemunhas terem confirmado a conduta irresponsável do motorista, “peritos encontraram uma série de irregularidades no veículo dirigido por Francisco”.
O ônibus clandestino, que pertence à empresa J. Da Silva Turismo, trafegava sem itens obrigatórios, como cinto de segurança e tacógrafo – equipamento que registra velocidade desenvolvida durante a viagem e que poderia auxiliar fiscais a descobrirem a velocidade do veículo no momento da colisão. Mesmo sem condições adequadas de uso, a empresa embarcou 42 pessoas.
Documentos apreendidos pela polícia mostram ainda indícios de venda de passagens ao longo do percurso a preços abaixo dos praticado no mercado. Segundo a reportagem publicada, testemunhas afirmam ter pagado R$ 170 pela passagem, quando o preço médio gira em torno de R$ 300. A J. Da Silva Turismo tem permissão da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) para fretar passagens, mas sem paradas ou embarque e desembarque ao longo do trajeto.
O registro de ocorrência policial continua aberto e só deverá ser concluído quando o Instituto de Medicina Legal de Porangatú entregar a lista oficial de mortos e feridos. A causa do acidente só será descoberta em 15 dias, depois que a polícia de Goiás fechar o laudo da perícia. Apesar de as investigações estarem em curso, as polícias Civil e Rodoviária Federal apontam que a causa da tragédia foi a ultrapassagem proibida, em alta velocidade, no trecho perigoso, onde a visibilidade estava comprometida em função da forte chuva.
Em depoimento ao Correio Braziliense, Francisco contraria a versão dos policiais e afirma que dirigia, no máximo, a 70 km/h, mas que chovia muito e que o ônibus estava instável na pista. De acordo com o motorista, o veículo começou a escorregar na pista e não reagiu às tentativas de freagem, invadindo a pista contrária e causando a colisão. “Não tentei ultrapassar nenhum carro, até porque não podia ultrapassar ali... Tentei desviar, mas não deu... Se eu pudesse voltar atrás, não faria essa viagem,”disse em depoimento.
Vítimas
A tragédia entre os dois ônibus de turismo envolveu 90 pessoas, 42 que seguiam para São Gotardo (MG) e 40 que viajavam para Minaçu (GO). Mais de 60 passageiros ficaram feridos, dos quais pelo menos 12 continuam enternados em hospitais de Goiânia, e 15 morreram. Das vítimas fatais, quatro eram do Distrito Federal.
A maré de notícias ruins, porém, revelou surpresa para a família do pedreiro Rosiel de Almeida Freitas, 24 anos, morador de Presidente Dutra (MA). No domingo (19), ele foi dado como morto na lista publicada pela polícia de Goiás. A família, que chegou a ser informada sobre a morte do pedreiro, foi surpreendida pela segunda vez com a informação de que ele estava vivo e com apenas alguns ferimentos leves.
O pedreiro conta que na hora de desfazer o mal entendido, as pessoas tiveram dificuldade em acreditar. No entanto, após comparar documentos com um dos corpos, a situação foi esclarecida, para a felicidade e alívio da família de Rosiel.
Com informações do Correio Braziliense
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