Senador do dinheiro na cueca tem uma mansão e dois flats, mesmo assim, mora às custas do poder público
Apesar da condição privilegiada, após eleger-se senador, o senador Chico Rodrigues pediu e recebeu um apartamento funcional, mantido pelos cofres públicos
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Metrópoles - Alvo de operação da Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (14/10), o senador Chico Rodrigues (DEM-RR), encontrado com dinheiro nas nádegas, declarou, na campanha de 2018, um patrimônio de R$ 1.999.315,15. Entre os imóveis que integravam a lista de bens, está uma casa na QI 25 do Lago Sul, bairro nobre do Distrito Federal. A propriedade foi vendida em 2019.
Em 2018, o político também declarou-se proprietário de dois flats no Hotel Metropolitan, no Setor Hoteleiro Norte, área central de Brasília. Apesar da condição privilegiada, após eleger-se senador, o parlamentar pediu e recebeu um apartamento funcional (mantido pelos cofres públicos) em quadra também valorizada do DF. Chico Rodrigues ainda é dono de uma casa e 18 terrenos em Roraima, seu estado de origem.
Nos registros oficiais, o valor da mansão no DF declarada por Chico Rodrigues, em 2018, é de R$ 150 mil, muito aquém dos preços praticados no Lago Sul.
“Só um lote, nesta localidade, vale 10 vezes mais”, disse um corretor com experiência de vendas no bairro. A despeito da diferença do valor informado à Justiça Eleitoral com a realidade de mercado, o montante é o mesmo que consta na declaração de Imposto de Renda de Rodrigues.
Quando foi candidato a vereador de Boa Vista (RR), em 2016, Chico Rodrigues especificou ser proprietário, além da mansão no Lago Sul (DF), de duas outras residências, em Brasília, com valores de R$ 18.165 e R$ 34.270. Dois anos depois, esses últimos dois imóveis ressurgem na declaração eleitoral, só que discriminados como “salas ou conjunto”. Apesar dos valores apontados ao TSE, uma busca em sites de venda de imóveis indica que os bens chegam a custar entre 25 e 30 vezes mais que os valores declarados pelo senador.
Chico Rodrigues chegou ao Congresso Nacional em 1991, e exerceu cinco mandatos consecutivos de deputado federal, época em que morava na mansão do Lago Sul. Durante o seu atual mandato de senador, no entanto, ele pediu acesso a um dos apartamentos disponíveis para deputados e senadores e bancados com dinheiro público.
A legislação que regulamenta o uso dos imóveis funcionais do Senado não proíbe o recebimento do benefício para parlamentares com imóvel no Distrito Federal.
Segundo o Ato da Mesa nº 24, “os senadores, durante o período do mandato, fazem jus a um apartamento funcional, cuja entrega estará condicionada à disponibilidade de imóveis por parte do Senado, bem como à prévia assinatura de termo de ocupação de imóvel”, diz o Ato da Mesa nº 24/1992.
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