Sem citar Bolsonaro, Fachin define dilema eleitoral em dois projetos: autoritarismo ou democracia
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que as duas próximas eleições vão pôr em disputa dois projetos: um que ele chamou de autoritário, e outro, ligado à “agenda de 88”, em referência direta à Constituição Brasileira
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247 - O ministro do STF, Edson Fachin, afirmou que as próximas eleições terão o dilema autoritarismo versus democracia. Ele disse: “creio que a sociedade brasileira precisa se preparar para fazer uma escolha entre essas duas agendas e esses dois projetos. E isso, na via da democracia deliberativa, se dará em 2022.”
Em live promovida pelo programa Violações e Retrocessos, coordenado por acadêmicos de direito da UFPR (Universidade Federal do Paraná), Fachin descreveu assim o que caracterizaria esse projeto que se contrapõe ao campo democrático: “uma agenda em raízes de elogio à ditadura civil-militar, uma agenda, portanto, de mentes autoritárias, de menosprezo à democracia, de menosprezo a questões vitais, como meio ambiente, povos indígenas, quilombolas.”
O ministro continuou: “de uma agenda que mistura o nome de Deus com negócios do Estado e uma agenda que tem uma política armamentista, que desrespeita as instituições democráticas, que ofende a imprensa, que escolhe inimigos externos e que busca, entre outras coisas, o controle da educação e do ensino.”
A reportagem do jornal Folha de S. Paulo ainda acrescentou que “questionado sobre reportagem da revista Piauí, que relatou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria manifestado intenção de intervir no Supremo, Fachin disse que não comentaria o fato político. Mas mencionou o livro “Como as Democracias Morrem”, de Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, sugerindo que o autoritarismo pode se manifestar sem a necessidade de um golpe.”
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