Rui Costa abre agenda para se aproximar do Legislativo

Para melhorar a relação do governo com o Congresso, o ministro da Casa Civil tem buscado se encontrar com parlamentares, entre eles o presidente da Câmara, Arthur Lira

Rui Costa, ministro da Casa Civil - 05/01/2023
Rui Costa, ministro da Casa Civil - 05/01/2023 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)


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247 - Alvo de críticas por não buscar aproximação com deputados e senadores e pressionado pela crise entre o Executivo e o Legislativo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), iniciou um movimento para melhorar a relação com o Congresso. Sem demonstrar interesse em dedicar tempo à articulação política, uma vez que sua principal função é gerenciar os projetos do governo, Costa percebeu a necessidade de mudar de postura diante das dificuldades em formar uma base de apoio no parlamento e começou a agendar uma série de encontros. 

Sua lista de interlocutores vai desde adversários políticos até o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Além disso, para fortalecer a interlocução com a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, Costa está em busca de um assessor parlamentar, informa o jornal O Globo.

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Nesta semana, o ministro já tem agendado um almoço com a Frente Parlamentar do Empreendedorismo e um jantar com o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). Costa tem reservado horários das refeições para melhorar sua imagem com o Congresso — na quarta-feira, encontrou-se com o líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento. Adversário político do grupo de Costa na Bahia, o deputado tem bom trânsito no Congresso e lidera uma bancada de 59 membros. Ele reivindica que os ministérios do partido no governo venham com "porteira fechada" e aproveitou a conversa para pedir apoio de Costa na tentativa de assumir o comando da Embratur, atualmente liderada por Marcelo Freixo, do PT. No entanto, o Planalto descarta, no momento, negociar a empresa com o partido, que já controla os Ministérios das Comunicações, Turismo e Integração Nacional. 

Pessoas próximas a Costa descreveram a conversa com Elmar Nascimento como franca e direta. Deste diálogo, surgiu a disposição para uma maior aproximação a partir de agora. Na opinião de um petista, essa reaproximação, juntamente com a possível substituição de Daniela Carneiro pelo deputado federal Celso Sabino (PA) no Turismo, tem potencial para inaugurar um novo momento na conturbada relação do governo com o União Brasil. Apesar de possuir três ministérios, o partido declara independência e entrega uma quantidade insatisfatória de votos ao Planalto. 

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Na mesma quarta-feira, Costa jantou com dez deputados do PT e respondeu a uma série de perguntas. Além de ser pressionado pelo Centrão para ter uma maior participação na política, Costa é alvo de críticas dentro do próprio partido e de seus colegas ministros. Ao O Globo, três parlamentares relataram que o grupo transmitiu de maneira sutil a mensagem de que Costa precisa ser mais assertivo em determinados momentos e não descuidar da política, o que ajudaria a melhorar a relação com o Congresso. 

Depois de ser alvo de críticas por líderes partidários e sofrer derrota na votação do marco do saneamento, iniciativa da qual foi o principal defensor internamente, Costa se convenceu de que a relação com o Parlamento mudou e que seria necessário abrir espaço em sua agenda para se aproximar do mundo político. Nas conversas, Costa procura desfazer a imagem de que ele é o responsável por travar a liberação de cargos e emendas, atribuições que não fazem parte das responsabilidades da Casa Civil, apesar de o ministério ser responsável pela análise técnica dos currículos. 

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Segundo relatos dos petistas, o ministro demonstrou tranquilidade, fez uma avaliação segura da administração e se mostrou aberto a ouvir qualquer outro parlamentar. A sequência de encontros prosseguiu na quinta-feira, quando Costa se reuniu com Lira para um café da manhã, encontro alinhado pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Essa conversa ocorreu três dias depois de o presidente da Câmara afirmar à GloboNews que sugeriu a Lula a indicação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para a Casa Civil, ideia que foi rejeitada pelo presidente. 

Costa e Lira já haviam jantado juntos uma semana antes da votação da Medida Provisória (MP) dos Ministérios, momento de maior tensão entre o Planalto e o Congresso, quando a Câmara ameaçou não aprovar a norma que alterava a estrutura da Esplanada, o que faria com que ela voltasse à configuração de Jair Bolsonaro (PL). Até agora, Costa tem comparecido às reuniões sozinho, sem levar assessores ou secretários, tomando o cuidado de não sobrepor a atuação do ministro Alexandre Padilha (PT), responsável pela articulação política do governo. De acordo com auxiliares, todos os compromissos são previamente combinados com o colega do Planalto. A mesma precaução é adotada na busca pelo assessor parlamentar, para evitar que o auxiliar se torne uma espécie de instância intermediária para deputados e senadores que não obtiveram sucesso em suas demandas junto a Padilha. 

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Costa está em busca de um nome experiente, com trânsito político, que acompanhe as pautas de interesse da Casa Civil no Congresso e auxilie na interlocução com parlamentares. A abertura de Costa para o mundo político acontece em um momento em que o ministro está finalizando os detalhes do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que deverá ser lançado na primeira semana de julho.

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