Rosa Weber: compra da Covaxin foi “pouco transparente” e levanta “grave suspeita”

Manifestação da ministra do STF foi divulgada em decisão da última sexta-feira (25), em que manteve o pedido da CPI da Covid para quebrar o sigilo do advogado Tulio Belchior, da Precisa Medicamentos, empresa que representa a Bharat Biotech no Brasil

Rosa Weber, Bolsonaro e Covaxin
Rosa Weber, Bolsonaro e Covaxin (Foto: STF | Reuters)


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247 - A ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber manifestou-se de forma crítica à forma como foi feita a negociação e a compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde. Em decisão publicada na sexta-feira (25), na qual manteve o pedido da CPI da Covid para quebrar o sigilo do advogado Tulio Belchior, da Precisa Medicamentos, Rosa Weber avaliou:

“A questão adquire contornos ainda mais inquietantes, porquanto em pauta negociações pouco transparentes quanto à vacina ainda não respaldada por estudos científicos consistentes, em detrimento de imunizante de eficácia já comprovada e com custo substancialmente inferior, a projetar a grave suspeita investigada pela CPI de favorecimento e/ou de obtenção de vantagens indevidas na implementação da política pública de combate à pandemia da covid-19”.

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Ela sustentou ainda que, “dadas as particularidades da presente CPI -- que envolve sensível investigação sobre virtuais responsáveis, na estrutura governamental, pelo quadro de emergência sanitária que hoje assola o país, (...) as quebras de sigilo telefônico e telemático assumem singular relevância, pois, sem tais intervenções (...), as chances de êxito quanto ao esclarecimento dos eventos sob apuração tornam-se praticamente desprezíveis”.

Sigilo do dono da Precisa

A Receita Federal encaminhou nesta segunda-feira (28) à CPI da Covid os dados obtidos a partir da quebra dos sigilos fiscais de Francisco Emerson Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos. A empresa é a representante brasileira do laboratório indiano Bharat Biotech, apontado como parte do possível esquema de corrupção na compra da Covaxin pelo Ministério da Saúde.

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Investigação no STF

Devido ao escândalo, senadores levaram ao STF nesta segunda uma notícia-crime pedindo investigação contra Bolsonaro por prevaricação. O ministro que receber o pedido terá de encaminhá-lo ao procurador-geral da República, Augusto Aras, uma vez que só a PGR pode autorizar investigação contra o presidente. A ministra Rosa Weber será a relatora.

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