Regulamentação de pesquisas eleitorais entra em vigor assim que aprovada pelo Congresso, diz Lira

"Estamos trabalhando para construir um texto que regulamente, não criminalize", afirmou

Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, durante evento no Palácio da Alvorada, em Brasília
06/10/2022 REUTERS/Adriano Machado
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, durante evento no Palácio da Alvorada, em Brasília 06/10/2022 REUTERS/Adriano Machado (Foto: Reuters)


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(Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça-feira que o projeto que for aprovado pelo Congresso para regulamentar as pesquisas eleitorais não entrará na regra de anualidade e entrará em vigor de imediato, mas rejeitou que os responsáveis pelos institutos de pesquisa sejam responsabilizados criminalmente por erros dos levantamentos.

As pesquisas eleitorais têm sido alvo de críticas desde o primeiro turno das eleições, em especial por parte de aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) que reclamam que os levantamentos subestimaram os números do candidato à reeleição na votação.

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O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), apresentou um projeto que criminaliza pesquisas que apresentem, nos 15 dias anteriores à eleição, divergência de dados superior à margem de erro em relação ao apurado nas urnas. Pela matéria, não precisa estar configurada fraude ou dano às eleições, apenas a diferença superior à margem de erro será considerada para configurar crime. O texto prevê pena de 4 a 10 anos de prisão para o estatístico responsável, o responsável legal pela pesquisa e o responsável legal da empresa contratante.

Questionado em entrevista ao portal UOL sobre o tema, Lira disse que há outras propostas sobre as pesquisas eleitorais em andamento na Câmara e disse ser pessoalmente contra a criminalização.

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"Estamos trabalhando para construir um texto que regulamente, não criminalize", afirmou. "A gente pode dizer que o instituto que errar em mais de três vezes a margem de erro pode ficar banido do sistema eleitoral por 8 anos e seus sócios e funcionários responderão civilmente por multa de x vezes o valor do contrato por terem errado", afirmou.

Segundo Lira, o projeto que for aprovado entrará em vigor assim que passar pelo Congresso e for sancionado pelo presidente da República, sem cair na regra da anualidade que vale para mudanças na legislação eleitoral. O deputado, no entanto, negou que tenha feito manobras para agilizar a votação da matéria.

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"Eu nem acho que o Senado vá votar agora antes da eleição. Nós só temos duas semanas para a eleição. Eu nem posso afirmar que a Câmara vai votar antes da eleição. Só não podemos retroagir para não regulamentarmos um problema que todos sabem que existe", afirmou.

Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pediu cautela e disse que projetos sobre o tema que estão na Câmara serão analisados sem pressa quando chegarem à Casa, respeitando o processo legislativo.

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Em entrevista coletiva, segundo a Agência Senado, Pacheco disse considerar que "as pesquisas são importantes para o processo eleitoral".

"O que não me parece razoável, do projeto que eu li da Câmara dos Deputados, é estabelecer que a simples diferença entre o que está na pesquisa e o resultado eleitoral possa constituir um crime com pena de 4 a 10 anos", argumentou.

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"Isso é inapropriado sob todos os aspectos, inclusive o aspecto jurídico. É preciso ter muita cautela, muita prudência", disse, acrescentando que qualquer proposta sobre o tema será analisada inicialmente pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Na entrevista ao UOL, Lira lembrou ainda que tanto a Câmara quanto o Senado discutem a instalação de CPIs sobre as pesquisas eleitorais e disse acreditar que serão instaladas depois da eleição.

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Pacheco, por sua vez, afirmou não ter um previsão de quando será lido o requerimento de criação da CPI das Pesquisas, apresentado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES).

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