Randolfe manda recado a Moro: 'acabou esse tempo de Polícia Federal que o senhor viveu, que teve interferência política' (vídeo)

"Ainda bem, senador Moro, que voltamos a ter no Brasil uma Polícia Federal que não aceita interferência política", afirmou o senador da Rede-AP

Randolfe Rodrigues
Randolfe Rodrigues (Foto: Reprodução)


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247 - O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) alertou o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) nesta quarta-feira (22) para a interferência política dentro da Polícia Federal (PF) no governo Jair Bolsonaro, de quem o parlamentar foi ministro da Justiça. "Esse tempo de Polícia Federal que o senhor viveu, que teve interferência política, acabou", disse Randolfe ao repercutir a operação da PF que prendeu nesta quarta suspeitos de planejar assassinatos de autoridades públicas, uma delas o congressista do Paraná (assista ao vídeo no final da matéria).

"O plano para matar vossa excelência não foi arquitetado em três meses não. Foi antes. O senhor tinha conhecimento das providências por parte da Polícia Federal. Ainda bem, senador Moro, que voltamos a ter no Brasil uma Polícia Federal que não aceita interferência política", continuou o senador da Rede-AP. "A obrigação do Estado em lhe proteger está sendo cumprida, obrigação que não foi cumprida pela Polícia Federal para garantir a continuidade das investigações do Adriano da Nóbrega. Os esquemas milicianos que podiam chegar a quem matou Marielle não (aconteceu)... Porque teve interferência política na Polícia Federal", acrescentou.

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Casos Adriano da Nóbrega e Marielle Franco

O ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega era chefe do Escritório do Crime, grupo de matadores profissionais do Rio. Morreu durante um confronto com policiais na Bahia, em fevereiro de 2020. A mãe como uma ex-mulher do policial trabalharam para o gabinete de Flávio Bolsonaro quando o atual senador ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

 A então vereadora Marielle Franco foi assassinada em março de 2018 pelo crime organizado. Os atiradores efetuaram os disparos em um lugar sem câmeras na região central do município do Rio e, antes do crime, havia perseguido o carro onde ela estava por cerca de três a quatro quilômetros. 

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A ex-parlamentar era ativista de direitos humanos e tinha o seu mandato na Câmara Municipal do Rio marcado por denúncias contra a violência policial nas favelas e também criticava a atuação de milícias. 

Dois ex-policiais foram presos. Ronnie Lessa, que deu os tiros, de acordo com as investigações, e preso Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos, que, dirigia o carro no momento do crime. Queiroz também chegou a aparecer em uma foto com Jair Bolsonaro, que teve o seu rosto cortado na imagem.

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Acusações contra Bolsonaro

Quando pediu demissão do governo Jair Bolsonaro em abril de 2020, Moro fez acusações contra o então ocupante do Planalto. "Havia interesse em trocar superintendentes também. Novamente o do Rio de Janeiro, também o de Pernambuco, sem que me fosse apresentada uma causa, uma razão para que essas trocas fossem aceitáveis. Eu falei para o presidente que isso seria uma interferência política e ele disse que seria mesmo", disse Moro na época.

"O presidente queria alguém que ele pudesse ligar, colher informações, relatório de inteligência. Seja o diretor, seja o superintendente. E, realmente, não é o papel da Polícia Federal se prestar a esse tipo de função. Percebendo que essa interferência política pode levar a relações impróprias do diretor-geral, de superintendentes com o presidente da República, é algo que eu não posso concordar", acrescentou.

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Condenação de Moro

Ex-juiz da Operação Lava Jato em primeira instância jurídica, Moro condenou Lula e tirou Lula da eleição de 2018. Depois, Moro aceitou ser ministro da Justiça de Jair Bolsonaro. O atual senador deixou o governo ainda no primeiro semestre de 2019.

Em 2021, o Supremo confirmou a decisão anteriormente proferida pela Segunda Turma da Corte no sentido de declarar a suspeição dele nos processos contra Lula. Nesta terça, o petista comentou a sua prisão política em entrevista ao 247.

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Em 2022, quando tentava candidatura ao Senado, Moro foi derrotado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) por fraude em domicílio eleitoral e, como consequência, decidiu ser candidato pelo Paraná.

A partir de 2019, a Vaza Jato (diálogos entre membros do Judiciário paranaense no contexto da operação e com divulgação a partir de 2019) começou a ser divulgada e deixou mais evidente a parcialidade de Moro enquanto juiz. 

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Discurso de Randolfe abaixo: 

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