Quem procura acha
No Conic, consumidores de diferentes estilos encontram produtos customizados para cada gosto. Ir à loja de skate faz parte da rotina de Humberto Maciel (foto)
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Natalia Emerich_Brasilia 247 – Andar pelas lojas do Conic é como mergulhar em culturas alheias sem necessariamente pertencer a elas. Em cada vitrine, um estilo diferente. Basta andar uma hora para descobrir roqueiros, hippies, skatistas, tradicionais, brincalhões, debochados. No Conic, o consumidor encontra artigos específicos e compra exatamente o que quer. O lugar, visto com preconceito por muitos, é na verdade sincretista e agrega diferentes tribos. Há três anos Humberto Maciel (foto), 18 anos, começou a andar de skate. Frequentador do Setor Bancário Sul – ponto de encontro de quem pratica o esporte –, o estudante recebeu a recomendação de comprar seus itens personalizados na Fun House, no Conic. O que era só consumo, no entanto, virou rotina. Embora a loja ofereça roupas, acessórios e peças estilizadas para skate, Humberto vai ao estabelecimento mais para bater papo. "Acaba que todo mundo vira amigo, no fim do dia a gente se reúne e vai andar de skate", conta. Estilo também não falta para Evandro Esfolano (foto), 40 anos. Quando entrou na Kingdom Comics pela primeira vez, em 1996, o músico procurava artigos de quadrinhos. Lá tem de tudo. Gibis, miniaturas de bonecos, livros, bonés e roupas compõem a vitrine da loja, no mínimo divertida. A Kingdom é a única comic shop de Brasília e já virou referência no Brasil. Segundo Esfolano, que está sempre viajando, todo mundo que trabalha com comics conhece a loja da capital. Com preços mais baratos e grande variedade de produtos, o artista não resiste às compras. "Venho sem saber o que quero, mas nunca saio de mãos vazias", confessa. É difícil resistir às tentações enquanto se caminha pelo Conic. E Ismael de Souza, 27 anos, sabe disso. Apesar da idade, o porteiro não gasta tempo à procura de roupas da moda, mas de discos de vinil. Para ele, as novas tecnologias fizeram com que as pessoas perdessem o hábito de ouvir música: "Antigamente se colocava um disco e o escutava até terminar, atualmente a canção mal começa e você já pula para o refrão". Morador de Samambaia e apaixonado pelos clássicos da música, sempre que vai ao Plano Piloto Ismael dá uma passada no Quiosque Cultural para garimpar novos discos antigos. Não dá para pensar em música sem pensar no rock´n' roll. O estilo, enraizado na cultura da cidade, também está presente nas vitrines do Conic. É só dar um pulo na Ktraca para encontrar todos os ritmos – punk, heavy, trash, pop – num só lugar. A loja vende de mochilas e cintos com tachas a roupas infantis. Para que os produtos agradem, é só gostar de rock. A estudante Jeniffer Carlany, 16 anos, por exemplo, faz questão de estampar suas bandas preferidas nas roupas, nem que precise ficar sem comer na escola. "Eu compro com o dinheiro que junto do lanche, pois meus pais não curtem muito eu sair vestida assim", reclama. A diversidade cultural do Conic também chama atenção pelo viés social. Na Negro Blue, por exemplo, o consumidor encontra artigos da cultura negra. São personalidades influentes, como figuras da música e ativistas importantes. A compra, muitas vezes, vira aula de história, compartilhada entre clientes e vendedores. Na Exodus Reggae Feeling, os produtos e a música caminham junto com projetos sociais. E assim cada loja exibe suas peculiaridades. Em comum, todas elas vendem para públicos específicos, mas contribuem para a convergência de culturas distintas no mesmo lugar.
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