Queiroga trata Bolsonaro como incapaz e diz que vai tentar convencê-lo sobre os perigos da pandemia

"Se eu não conseguir, a falha é minha, e não do presidente", disse ele, num Brasil desgovernado e com mais de 350 mil mortos

Marcelo Queiroga
Marcelo Queiroga (Foto: Fotos públicas)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Sputnik – Em entrevista neste domingo (11), o ministro da Saúde disse que "é meu dever persuadir meu presidente em relação às melhores práticas. Se eu não conseguir, a falha é minha, e não do presidente".

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo neste domingo (11), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que há risco do Brasil enfrentar poucas ofertas de vacina até segundo semestre.

continua após o anúncio

Embora afirme que seu "objetivo número um" no Ministério da Saúde será acelerar a vacinação contra a COVID-19, o novo titular da pasta admitiu que o cenário ainda tende a enfrentar dificuldades até meados de julho.

Marcelo Queiroga também falou que é o seu "dever" persuadir Jair Bolsonaro sobre a importância do uso de máscaras e das práticas do isolamento social.

continua após o anúncio

Ele não falou sobre a viagem da comitiva brasileira à Rússia, em visita à fábrica da Sputnik V, mas voltou a manifestar interesse em uma parceria com os norte-americanos.

Os EUA, vale lembrar, anunciaram no início da semana que todas as suas vacinas excedentes devem ir para o programa Covax, da Organização Mundial de Saúde (OMS). Foram descartadas quaisquer possibilidades de parcerias bilaterais neste sentido.

continua após o anúncio

"A partir do segundo semestre conseguiremos ter mais doses disponíveis. O maior país a vacinar sua população é os Estados Unidos. Depois que conseguirem vacinar a população deles, vamos ter mais doses, é a nossa expectativa", disse o ministro da Saúde, enfatizando que o Brasil dependerá do Covax Facility.

Neste sentido, ele ainda celebrou os acordos com a Índia e a empresa Bharat Biotech, fabricante de vacina Covaxin, e disse que não se sente a vontade pressionando a Anvisa. Nas suas palavras: "Não posso chegar dando canetada na Anvisa, que é uma agência regulatória. Mas eu teria mais doses em março e abril, como estava no calendário anterior, e a Anvisa não aprovou".

continua após o anúncio

Questionado se o seu discurso não estaria desalinhado com o de Jair Bolsonaro, trazendo prejuízos ao combate da COVID-19 no Brasil, Queiroga disse que ​é seu dever "persuadir meu presidente em relação às melhores práticas. Se eu não conseguir, a falha é minha, e não do presidente".

Em seguida, ele foi questionado se acha que tem conseguido persuadir o presidente. Segundo Queiroga: "Ele fala em se vacinar, mas nunca diz quando. É uma decisão pessoal. A Constituição assegura a privacidade. Não só o presidente, mas todos os brasileiros que estejam dentro do grupo prioritário têm de ser vacinados. Mas a decisão tem de ser do presidente".

continua após o anúncio

Inscreva-se no canal de cortes da TV 247 e saiba mais:

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247