PSDB se dobra ao voto; mas e o PT?

Tucanos procuram dar cara de legitimidade de base à escolha por cima de José Serra como candidato a prefeito de SP; petistas sobem no muro com Haddad



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Chega a ser engraçado ver as manobras do PSDB para tentar carimbar em José Serra a legitimidade de candidato que vem das bases do partido. Serra é o candidato dele mesmo e do Datafolha, no qual já apresenta pouco mais de 30% de intenções de voto. De per si, são duas qualidades muito importantes. Na parte em que o ex-governador se impõe ao partido, mostra ele próprio uma liderança que ainda não foi alcançada por outro entre os tucanos. Vale, portanto, a vassalagem. No tocante aos números do Datafolha, é a população quem fala – aquela que, no caso, procura um candidato anti-PT e, vá lá, talvez guarde um bom recall da fugaz passagem de Serra pela Prefeitura, usada por ele de trampolim para chegar ao governo do Estado e, este, para guindar-se à Presidência – o que não deu certo (ainda).

Mas o fato é que o PSDB está fazendo de tudo, com o governador Geraldo Alckmin à frente, para tornar Serra candidato. Porque, exatamente, ele tem uma ótima perspectiva de votos segundo a pesquisa mais considerada. Os adversários no partido estão fulos. José Aníbal, que já revelou a interlocutores de 247 o seu desejo de compor com Serra, negou tudo em entrevista ao próprio 247. Ok, talvez, verdadeiramente, ele tenha mudado de opinião, mas que pensou em compor, pensou. Tudo bem, vamos em frente.

O problema não está no PSDB. Do seu jeito, a cúpula dos tucanos está levando o partido para o colo do candidato que tem mais chances de voto. E isso é totalmente o oposto da maneira como, neste momento, o PT age.

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Se não há dirigente petista que queira enfrentar as resoluções anteriores, que incorporaram a desistência da senadora Marta Suplicy e abarcaram a candidatura de Fernando Haddad, também não há ‘capa preta’ que seja visto em campo procurando apoiar Haddad. O melhor, até agora, quem fez, foi o ex-chefe de gabinete de Marta, José Américo. “Não há nessa cidade quem duvide que Haddad está no segundo turno”, disse ele, no que, para muitos soou como piada. Pelo menos, cumpriu seu papel.

Quero saber onde estão, em relação a Haddad, neste momento, os deputados federais do PT, os estaduais, a bancada de vereadores, o presidente nacional Rui Falcão, o ex-secretário-geral José Dirceu, os chefes da CUT, as lideranças dos bairros. Entre eles, é um silêncio só. Ninguém segura o andor do candidato, como que esperando que ele cai de lá sozinho. A única voz, nas últimas semanas, a sustentar Haddad continua sendo a de Lula, que buscou uma costura com o PSB do governador Eduardo Campos. O ex-presidente tem conversado por telefone com seu candidato e, apesar de alguns informes de que estaria reavaliando a decisão de tirar Marta para dar o lugar ao ex-ministro da Educação, na prática segue firme.

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Mas só ele. Ao mesmo tempo em que abriga sem reclamações um candidato que se mostra ruim de voto, o PT não encontra forças para, democraticamente, questionar essa escolha que cada vez mais observadores entendem equivocada. O imobilismo, como se sabe, nunca levou ninguém para lugar nenhum. Ou passa a sustentar efetivamente o candidato Haddad, com bônus e ônus pela escolha, ou enfrenta a questão e passa a considerar, de fato, a volta de Marta ao páreo. Ficar n o muro, como está o partido, é coisa, pelo até aqui, só deitara fama entre os tucanos.

 

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