Professores e alunos protestam contra ocupação na UnB
Os invasores pedem o arquivamento dos processos relativos ao "catracaço" e aos danos provocados durante festas no Instituto Central de Ciências. Em fevereiro de 2013, alunos liberaram as catracas do restaurante universitário em protesto contra o sistema de assistência estudantil. Segundo a universidade, os prejuízos somam R$ 29 mil. Oito estudantes respondem a processo administrativo e podem ter que pagar os prejuízos à empresa que administra o restaurante. O corpo docente da universidade e o próprio Diretório Central dos Estudantes são contra a ocupação
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Andreia Verdélio, Repórter da Agência Brasil - Professores, servidores e estudantes da Universidade de Brasília fizeram hoje (9) um protesto contra a ocupação da Reitoria, que ocorre desde o dia 5. Os invasores pedem o arquivamento dos processos relativos ao denominado catracaço e aos danos provocados durante festas no Instituto Central de Ciências.
O "catracaço" aconteceu em fevereiro do ano passado, quando alunos liberaram as catracas do restaurante universitário, em protesto contra o sistema de assistência estudantil. Segundo a universidade, os prejuízos somam R$ 29 mil. Oito estudantes respondem a processo administrativo e podem ter que pagar os prejuízos à empresa que administra o restaurante. A decisão de ocupar a reitoria foi tomada após reunião dos estudantes. “Houve diálogo, mas a resposta da reitoria foi intransigente e descaradamente desonesta quanto a não cumprir a promessa de não criminalizar os estudantes”, disse um dos alunos, que não quis se identificar. Os estudantes estão encapuzados, segundo eles, como autodefesa do movimento e prevenção por conta dos processos.
Segundo o reitor da UnB, Ivan Camargo, o ato dos professores é pela democracia, por respeito a decisões colegiadas e contra a violência. Ele explica que o processo administrativo em andamento tem toda a possibilidade de discussão e recursos. “[Os estudantes] são contra a responsabilização, uma decisão administrativa, institucional, de que dano ao patrimônio tem que ser responsabilizado. O que estamos fazendo é cobrar as contas de ações como a do "catracaço" e dos quebra-quebras em festas organizadas pelos centros acadêmicos”, disse o reitor.
Sobre as festas, os estudantes querem um debate no qual os alunos tenham o mesmo poder de decisão da universidade, “entendendo que não são simplesmente festas, elas fazem parte da cultura universitária, tanto no sentido político, quanto social”, disse um dos alunos.
O Diretório Central dos Estudantes é contra os processos administrativos, mas também é contra a ocupação da reitoria. Segundo Gabriela Sarkis, coordenadora do diretório, uma ocupação é válida depois que as vias institucionais não dão resultado.
“Essa ocupação não foi legítima. O professor Ivan explicou que apenas o Conselho de Administração pode tirar os processos, e que levaria o assunto na próxima reunião, mas alguns estudantes mais radicais não ficaram satisfeitos e acabaram ocupando a reitoria sem mesmo saber quais seriam as pautas”, disse.
Está marcada para amanhã, ao meio dia, uma assembleia com estudantes para definir os rumos da ocupação.
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