Produzir não é sinônimo de abastecer
Há pouco tempo a Central de Abastecimento (Ceasa) do Distrito Federal era considerada uma empresa pública falida; em vias de ser vendida ou fechada. Mas com o empenho de empresários, produtores rurais e do poder público, hoje, a situação é outra
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
Recentemente o Ministério da Agricultura constatou, por meio de pesquisa, que até 2021 o Brasil deve se tornar o maior produtor mundial de alimentos. Esse avanço na produção de grãos, carne e produtos de origem vegetal é, sem dúvida nenhuma, resultado de anos de investimentos em tecnologia e esforço do povo brasileiro em profissionalizar as atividades no campo. Um feito que trará benefícios não só para a população do país, mas também para mais de 1 bilhão de pessoas no mundo que ainda passam fome, de acordo com estimativas de organismos internacionais. Esforço que o Distrito Federal, apesar de ter um território pequeno em comparação a outras unidades da federação, é um grande colaborador. Afinal, é celeiro de pesquisas que têm contribuído com o aumento da produtividade de grãos, por exemplo, além de estudos que estimulam práticas sustentáveis e de alta rentabilidade.
Boa parte dessas iniciativas se deve ao fato de a Capital sediar instituições de pesquisa como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Universidade de Brasília (UnB) e canteiros de testes de multinacionais produtoras de sementes. Tudo isso faz a diferença! Mas é preciso lembrar que para que essa produção tão vistosa chegue à mesa de cada um, existe um caminho que muitas vezes é esquecido. E esse caminho passa pelas Centrais de Abastecimento, as Ceasas. Locais, por muitos anos, esquecidos pelo poder público - historicamente, e legalmente, responsável pela manutenção dessas empresas.
Em muitos estados, e no próprio DF, esses espaços chegaram a ser alvo de pedido de liquidação, falência, desmonte. Uma triste realidade que aos poucos tem deixado de existir. É o caso de Brasília. Até pouco tempo atrás, a Central de Abastecimento (Ceasa) do Distrito Federal era considerada uma empresa pública falida; em vias de ser vendida ou fechada. Mas com o empenho de empresários, produtores rurais e do poder público, hoje, a situação é outra. Prestes a completar 40 anos de existência, a Ceasa tem em caixa aproximadamente R$ 16 milhões para investimento, além de R$ 4 milhões para custeio - para cobrir despesas do dia-a-dia. Tudo isso é resultado das ações de legalidade, que desde o início de 2011 tem assustado os que queriam o mal da empresa; e alimentado as esperanças daqueles que realmente trabalham para que a produção do campo chegue até o consumidor final a preços justos.
Ao longo de 15 meses, contratos foram revisados ou regularizados (aumentado a arrecadação), invasões foram coibidas, dívidas foram negociadas, um concurso público foi feito e obras de revitalização saíram do papel. É o caso da ampliação em 3mil metros quadrados de um dos galpões e a instalação de 3 subestações de energia, que vão acabar com quedas de luz que chegam a 4 horas. Para quem está de fora é difícil imaginar os benefícios que essas, aparentemente pequenas, podem representar. Mas é só pensar: alimentos que não molham (o que é proporcionado pela cobertura) não estragam. E com o reforço na energia não vai faltar refrigeração. São atitudes simples, mas extremamente necessárias. E o resultado pode ser sentido no dia-a-dia.
Esses investimentos estão trazendo mais produtores do DF para dentro da Ceasa. Nos próximos meses 100 novos serão inseridos no pavilhão do produtor alcançado 405 ao todo - 33% a mais que anteriormente. Antes de isso acontecer, o volume de produtos comercializados já aumentou. Passou de 26 mil/t/mês (no início de 2011) para 30 mil/t/mês (no fim do mesmo ano), batendo um recorde histórico. E se os empresários e produtores estão ganhando mais, o Estado também ganha. A inadimplência do pagamento da taxa de ocupação caiu de 23% para 0,5%. E a meta é zerar essa conta.
O que vai propiciar uma série de outros benefícios, como a troca do piso do pavilhão do produtor, implantação do sistema de vigilância eletrônica e padronização das bancas, construção de 48 novos boxes, construção de estacionamento rotativo para 780 veículos, reforma de calçadas e pavimentação asfáltica, construção de espaço para 800 carregadores autônomos, expansão da cobertura em frente aos boxes e pintura dos pavilhões, construção do entreposto da Ceasa em Planaltina/DF. Com tudo isso, a expectativa é dobrar o número de visitantes, hoje em torno de 50 mil/mês. Mais gente na Ceasa significa acabar com a miséria; rever conceitos sobre a importância dos alimentos; gerar renda; fazer o Brasil crescer. Um trabalho que não pode parar!
Julio César Menegotto - presidente da Central de Abastecimento do DF (Ceasa)
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247