Partidos assinam carta contra reeleição de Maia e Alcolumbre no Congresso

O presidente do PSB, Carlos Siqueira, escreveu uma carta contra a reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre. O documento foi assinado por presidentes e líderes do PSC, Rede, PP, PL e PSD

Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre
Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre (Foto: Marcelo Camardo/Ag.Brasil)


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247 - O presidente do PSB, Carlos Siqueira, escreveu uma carta contra a reeleição dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Rodrigo Maia (DEM) e Davi Alcolumbre (DEM).

O portal O Antagonista teve acesso ao documento, que foi assinado por presidentes e líderes do PSC, Rede, PP, PL e PSD. A reportagem conta que parlamentares ainda colhem mais assinaturas antes de divulgar o texto.

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A reeleição também foi criticada pela presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, que nas redes sociais questionou: “A que serve mudar as regras constitucionais para garantir a reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado? O Congresso vai permitir mais essa intervenção?” “Casuísmo sempre sai caro!”, afirmou.

Leia abaixo a carta redigida por Siqueira na íntegra:

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Os partidos abaixo assinados, representantes das mais diversas tendências políticas e ideológicas, manifestam a profunda preocupação quanto ao julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade — ADI nº 6524, previsto para ocorrer nesta semana em plenário virtual do Supremo Tribunal Federal.

O que está em jogo neste julgamento é a reafirmação da construção histórica do constitucionalismo brasileiro baseado no postulado do republicanismo, da alternância do poder parlamentar e da proibição da perpetuação personalista e individualizada do controle administrativo e funcional das Casas Legislativas.

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O sistema democrático e representativo brasileiro não comporta a ditadura ou o coronelismo parlamentar. A vedação à recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente na Mesa (art. 57, parágrafo 4º, da Constituição Federal) é a solução constitucional mais adequada para se evitar a perenização e engessamento das posições de liderança no Congresso Nacional, assim como também ocorre nas mesas diretoras do Poder Judiciário.

Destaca-se, ainda, que a discussão da própria manutenção do instrumento da reeleição no âmbito do Poder Executivo também faz parte da agenda da sociedade brasileira, inclusive sendo considerado por muitos críticos um dos fatores mais relevantes para as mazelas institucionais de nosso país constatadas desde a sua autorização em 1997 (EC nº 16).

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Um Congresso Nacional forte é aquele que respeita os ideais da temporalidade dos mandatos e do revezamento da direção das suas respectivas Casas. Mudar este curso histórico fere o princípio constitucional da vedação ao retrocesso democrático e se constituiu em casuísmo tacanho que não combina com a tradição do Supremo Tribunal Federal, guardião dos princípios da República Federativa do Brasil e sempre atento à harmonia e ao equilíbrio institucional contra atitudes individualistas de extrapolação e excessos do exercício do poder.

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