Para evitar pressão contra PL do marco Temporal, Câmara altera seminário que discutiria efeitos sobre povos originários
"O motivo: o medo de ouvir a voz do povo frente aos desmontes que serão votados amanhã [hoje] com o PL 490”, escreveu a deputada Célia Xakriabá nas redes sociais
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247 - A deputada federal ativista indígena Célia Xakriabá (Psol-MG) usou as redes sociais para denunciar que a Câmara dos Deputados cancelou um seminário que seria realizado na Casa Legislativa pela Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais, junto com a Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial, contra a votação do PL 490, o chamado marco temporal e demarcação de terras indígenas.
O texto, previsto para ser votado nesta terça-feira (30), determina que somente serão demarcadas as terras indígenas tradicionalmente ocupadas por esses povos na data da promulgação da Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988.
“Com a temática da mineração e também das demarcações e o marco temporal, seria um amplo debate com cerca de 300 pessoas, entre atingidos e atingidas, povos indígenas, sociedade civil e movimentos sociais. A câmara optou por pedir alteração de data. O motivo: o medo de ouvir a voz do povo frente aos desmontes que serão votados amanhã [hoje] com o PL 490”, escreveu Célia Xakriabá em sua conta no Instagram.
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“Se fecham o que chamam de casa do povo por ignorar completamente o que querem os povos diretamente afetados pelas decisões dos engravatados, como falar em democracia? Nossa voz nunca teve vez no Congresso Nacional. E estão retirando esse direito mesmo com uma indígena eleita e presidindo uma comissão. Medo do povo? Medo de terem que parar a boiada?”, ressaltou a parlamentar.
“Após muito diálogo, a proposta seria reduzir drasticamente o tamanho do evento. Seria impossível para nós, que respeitamos a diversidade e a escuta. Cancelado está o nosso seminário, mas seguimos em luta. E ainda é preciso lembrar que solicitamos um espaço para um ato simbólico de parlamentares contra o PL 490 e também nos foi negado. Se nem nós que somos eleitos podemos nos manifestar, o que será dessa casa de senhores?” finalizou Célia Xakriabá.
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