Para corrigir relação com Congresso, Lula se reúne com Lira, avalia troca de ministros e quer atrair PP e Republicanos

Setores internos ainda pressionam pela demissão de Rui Costa e Padilha, mas o presidente não sinaliza que vai descartar os aliados. Parlamento quer também espaço na agenda de Lula

Lula e Arthur Lira
Lula e Arthur Lira (Foto: REUTERS/Adriano Machado)


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247 - Diante do susto que o governo levou na última semana, quando quase viu a Medida Provisória que estabelecia o desenho da Esplanada do Ministérios caducar, o Executivo planeja mudanças em sua relação com o Congresso Nacional e líderes partidários fazem uma série de exigências, segundo relata reportagem do jornal O Globo.

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), já se mexeu e fez chegar ao presidente do Republicanos, Marcos Pereira, o pedido para realização de uma reunião nos próximos dias. A aproximação inclui um redesenho ministerial, com espaço para o Republicanos no primeiro escalão do governo. Há também quem defenda que o Progressistas (PP) seja contemplado na nova estrutura. Partidários do Republicanos já sinalizaram que a sigla pode aceitar uma aliança com o governo em troca de um ministério e do apoio a Marcos Pereira na disputa pela presidência da Câmara em 2025.

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Está sob avaliação do Palácio do Planalto também uma troca de ministros do União Brasil. “Na semana passada, ao se reunir com o líder do União, Elmar Nascimento (BA), Lula reconheceu que houve falhas no processo de escolha dos ministros da cota do partido. Integrantes da legenda interpretaram a declaração como oportunidade para trocar algum dos nomes da sigla no primeiro escalão do governo. Como mostrou O GLOBO na sexta-feira, há negociações para emplacar o deputado Celso Sabino (União-PA), o que não deixaria de ser um aceno a Arthur Lira (PP-AL), já que são aliados. Sabino entraria no lugar de Juscelino Filho (Comunicações) ou de Daniela Carneiro (Turismo)”, diz a matéria.

Parlamentares têm reclamado da dificuldade em acessar ministros que têm a “caneta na mão”. Líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR) reconhece falhas no sistema de solicitação de recursos dos ministérios - até agora, 230 deputados novos não conseguiram cadastrar suas propostas de solicitação: “isso é problema do ministério, que tem dotação orçamentária. Foi feito um acordo e você não abre nem para cadastrar proposta, como vai empenhar e pagar?”.

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Líder do Republicanos no Senado, Mecias de Jesus (RR) critica o governo por não ter um interlocutor que centralize as demandas. “O governo é dividido em vários grupos, várias ilhas, e não tem um comando único. Falta um contato sério e respeitoso com o Congresso”.

Também está entre os objetivos do Planalto melhorar a relação com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). “É necessário fazer um ajuste na Câmara, conversar mais, conversar com o presidente”, reconhece o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). “Um aliado do presidente da Câmara cita que não haverá uma trégua enquanto o governo não oferecer um controle maior do orçamento dos ministérios à Casa, nos moldes do que ocorria no governo Bolsonaro, quando parlamentares enviavam recursos às suas bases via emenda de relator — mecanismo do chamado orçamento secreto”, diz a reportagem.

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De acordo com a CNN Brasil, o presidente Lula (PT) está reunido no Palácio da Alvorada com Lira nesta manhã de segunda-feira (5) para conversar "sobre esse trabalho de articulação política que tem incomodado o Congresso". Segundo o Globo, o presidente “vai fazer o mesmo com os líderes dos outros partidos. A propósito, na conversa telefônica que tiveram na semana passada, Lira alertou Lula que, em seis meses de governo, esses líderes não tiveram um encontro sequer com o presidente”. Randolfe garante que Lula chamará líderes e vice-líderes da Câmara e do Senado, de forma separada, a partir desta semana para agradecer pelo apoio na MP da reestruturação dos ministérios.

Líderes aliados a Lula, no entanto, entendem que só haverá solução para o impasse com o Congresso mediante a troca de Alexandre Padilha e do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). Apesar da pressão, Lula não dá sinais de que pensa em demitir os ministros. 

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