Para corrigir relação com Congresso, Lula se reúne com Lira, avalia troca de ministros e quer atrair PP e Republicanos
Setores internos ainda pressionam pela demissão de Rui Costa e Padilha, mas o presidente não sinaliza que vai descartar os aliados. Parlamento quer também espaço na agenda de Lula
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247 - Diante do susto que o governo levou na última semana, quando quase viu a Medida Provisória que estabelecia o desenho da Esplanada do Ministérios caducar, o Executivo planeja mudanças em sua relação com o Congresso Nacional e líderes partidários fazem uma série de exigências, segundo relata reportagem do jornal O Globo.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), já se mexeu e fez chegar ao presidente do Republicanos, Marcos Pereira, o pedido para realização de uma reunião nos próximos dias. A aproximação inclui um redesenho ministerial, com espaço para o Republicanos no primeiro escalão do governo. Há também quem defenda que o Progressistas (PP) seja contemplado na nova estrutura. Partidários do Republicanos já sinalizaram que a sigla pode aceitar uma aliança com o governo em troca de um ministério e do apoio a Marcos Pereira na disputa pela presidência da Câmara em 2025.
Está sob avaliação do Palácio do Planalto também uma troca de ministros do União Brasil. “Na semana passada, ao se reunir com o líder do União, Elmar Nascimento (BA), Lula reconheceu que houve falhas no processo de escolha dos ministros da cota do partido. Integrantes da legenda interpretaram a declaração como oportunidade para trocar algum dos nomes da sigla no primeiro escalão do governo. Como mostrou O GLOBO na sexta-feira, há negociações para emplacar o deputado Celso Sabino (União-PA), o que não deixaria de ser um aceno a Arthur Lira (PP-AL), já que são aliados. Sabino entraria no lugar de Juscelino Filho (Comunicações) ou de Daniela Carneiro (Turismo)”, diz a matéria.
Parlamentares têm reclamado da dificuldade em acessar ministros que têm a “caneta na mão”. Líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR) reconhece falhas no sistema de solicitação de recursos dos ministérios - até agora, 230 deputados novos não conseguiram cadastrar suas propostas de solicitação: “isso é problema do ministério, que tem dotação orçamentária. Foi feito um acordo e você não abre nem para cadastrar proposta, como vai empenhar e pagar?”.
Líder do Republicanos no Senado, Mecias de Jesus (RR) critica o governo por não ter um interlocutor que centralize as demandas. “O governo é dividido em vários grupos, várias ilhas, e não tem um comando único. Falta um contato sério e respeitoso com o Congresso”.
Também está entre os objetivos do Planalto melhorar a relação com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). “É necessário fazer um ajuste na Câmara, conversar mais, conversar com o presidente”, reconhece o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). “Um aliado do presidente da Câmara cita que não haverá uma trégua enquanto o governo não oferecer um controle maior do orçamento dos ministérios à Casa, nos moldes do que ocorria no governo Bolsonaro, quando parlamentares enviavam recursos às suas bases via emenda de relator — mecanismo do chamado orçamento secreto”, diz a reportagem.
De acordo com a CNN Brasil, o presidente Lula (PT) está reunido no Palácio da Alvorada com Lira nesta manhã de segunda-feira (5) para conversar "sobre esse trabalho de articulação política que tem incomodado o Congresso". Segundo o Globo, o presidente “vai fazer o mesmo com os líderes dos outros partidos. A propósito, na conversa telefônica que tiveram na semana passada, Lira alertou Lula que, em seis meses de governo, esses líderes não tiveram um encontro sequer com o presidente”. Randolfe garante que Lula chamará líderes e vice-líderes da Câmara e do Senado, de forma separada, a partir desta semana para agradecer pelo apoio na MP da reestruturação dos ministérios.
Líderes aliados a Lula, no entanto, entendem que só haverá solução para o impasse com o Congresso mediante a troca de Alexandre Padilha e do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). Apesar da pressão, Lula não dá sinais de que pensa em demitir os ministros.
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