Orgulho candango
Brasília não tem apenas a mais bela arena de 2014. É a cidade que oferece a melhor área externa ao estádio, com espaços para transformar a Copa numa grande festa ao ar livre. Mais do que qualquer outra sede, merece abrir o torneio
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Nascido e criado em Brasília, além de apaixonado por futebol como milhões de brasileiros, tive o privilégio de testemunhar a inauguração do Estádio Nacional, o Mané Garrincha, no último sábado. Não é apenas o mais belo estádio da Copa do Mundo de 2014, como já foi dito pelo ministro dos Esportes, Aldo Rebello, e pelo secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke. É uma das melhores arenas do mundo, com vista privilegiada para o gramado de qualquer um dos seus 70 mil lugares. A proximidade com o campo transforma o Mané, com suas arquibancadas quase verticais, num verdadeiro caldeirão. E se isso pôde ser percebido num jogo de público reduzido, que foi a final do campeonato brasiliense, imagina na Copa!
No entanto, lamentavelmente, a realização de um evento desse porte no Brasil desperta os instintos mais primitivos dos corvos, dos analistas agourentos e dos eternos fracassomaníacos. Um banheiro com problemas, uma cabine de jornalistas incompleta e paredes ainda não retocadas serviram de pretexto para a cobertura claramente enviesada de uma imprensa que parece torcer contra o sucesso da Copa de 2014. Em vez de abrir os olhos para a obra de arte que é o Mané, o "Coliseu da nova Roma", como definiu o ministro Aldo, ou o primeiro estádio que poderá alcançar o grau máximo de sustentabilidade no mundo, como destacou o governador Agnelo Queiroz, turvaram a visão com pequenos problemas que podem ser facilmente solucionados – como, aliás, acontece em qualquer reforma. A suposta falta de público também será enterrada na abertura do Brasileirão, onde todos os ingressos para Flamengo e Santos já foram vendidos.
Brasília tem hoje não apenas a mais bela arena da Copa de 2014, como também a melhor área externa de todas as sedes. À margem do Eixo Monumental, o estádio está no coração do Plano Piloto, entre o Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal, e a Praça dos Três Poderes. É um novo monumento, cercado por obras de Oscar Niemeyer e pela natureza. E como uma Copa não se faz apenas dentro das arenas, mas também fora, com grandes telões que podem ser instalados nos arredores, Brasília tem tudo para ser palco de uma grande festa ao ar livre, como se viu, por exemplo, na Alemanha, em 2006.
Esta é uma vantagem comparativa em relação a todas as outras sedes da Copa, onde as arenas estão incrustadas em áreas urbanas, sem o mesmo espaço livre para a circulação de pessoas e a instalação de telas gigantes. Por isso mesmo, um movimento ainda silencioso que há em Brasília deveria se assumir como um lobby público e transparente pela abertura da Copa na Capital Federal.
O jogo inaugural, além de ser assistido por praticamente toda a população global, é também um evento que atrai chefes de estado do mundo inteiro. E com todo o respeito à cidade de São Paulo, à sua zona leste e ao bairro de Itaquera, onde está sendo construído o estádio do Corinthians, Brasília reúne melhores condições de apresentar ao mundo uma imagem de um Brasil moderno, utópico e vencedor. A abertura no Mané Garrincha já é o Plano B da Fifa para a eventualidade de o Itaquerão não ficar pronto a tempo, com os 65 mil lugares necessários. Mas isso deveria ocorrer em qualquer hipótese – e não apenas na eventualidade de um fracasso paulistano. Ainda há tempo para que o próprio governo federal e o comitê organizador da Copa revejam a decisão equivocada de abrir o Mundial em São Paulo, onde também a infraestrutura e as condições de acesso ao estádio são muito inferiores às de Brasília.
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