Oposição pressiona Agnelo

Distrital do PSD, Celina Leão apresenta documentos para tentar provar transações financeiras. Psol quer investigações da Câmara Legislativa e ameaça pedir impeachment, como o DEM. Chico Vigilante diz que governador vai processar acusadores



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Noelle Oliveira_Brasília 247 – As denúncias contra o governador Agnelo Queiroz, por causa da suposta participação dele no desvio de verbas no Ministério do Esporte, movimentaram a manhã desta segunda-feira (7) na Câmara Legislativa. Era aguardada a presença de Daniel Almeida Tavares, ex-representante de um laboratório farmacêutico, para falar na Comissão de Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar da Casa. Daniel Tavares teria revelações a fazer a respeito de pagamento de propinas a Agnelo na época em que o hoje governador era um dos diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mas ele não apareceu, alegando ter se sentido mal. A presidente da comissão, deputada distrital Celina Leão (PSD), diz ter sido procurada por Daniel há uma semana e ter ouvido as denúncias, inclusive gravando-as. Na conversa, Celina afirma que Daniel revelou detalhes das fraudes. A distrital apresentou um documento, entregue por Daniel, referente a uma transação eletrônica que o denunciante fez para Agnelo Queiroz, em janeiro de 2008, no valor de R$ 5 mil. "É no mínimo estranho que o assessor de uma empresa de medicamentos passe recursos para um agente público", afirmou Celina. Documento da suposta transação bancária A quantia seria parte de um montante pago a Agnelo para que a empresa em que Daniel trabalhava, o laboratório de medicamentos União Química, conseguisse um certificado que permitiria a participação em licitações do governo. Ainda de acordo com a deputada, Daniel afirma que foram transferidos R$ 500 mil para a conta do advogado de Agnelo, Luis Carlos Alcoforado. "Ele diz que, na época, o advogado não prestava serviços para a União Química", afirma Celina. A distrital foi na manhã desta segunda à Polícia Federal pedir proteção para Daniel. O deputado distrital Chico Vigilante (PT) afirmou que o governador irá processar a distrital Celina Leão pelas acusações. "A oposição no DF baixou ao nível zero e as pessoas que estão fazendo essas acusações sem fundamentos terão de responder por isso", considerou. O Brasília 247 procurou o advogado de Agnelo Queiroz, Luis Alcoforado, para comentar as denúncias, mas não teve retorno. Agnelo Queiroz, segundo Celina Leão, também teria recebido o denunciante em sua mansão no Lago Sul. Na ocasião, ele teria entregado R$ 75 mil ao governador. Para conseguir o dinheiro sem despertar dúvidas, a União Química venderia carros da empresa e depositaria o montante na conta de Daniel, que ficava responsável pelos pagamentos. No atual governo, Daniel chegou a trabalhar na Administração de Brasília, mas com os escândalos se afastou. "Ele disse que estava sendo ameaçado", afirmou Celina. A deputada distrital diz que vai esperar para divulgar a íntegra do depoimento do denunciante, na expectativa de que ele próprio fale. "Quero evitar que isso se torne uma guerra política, o que buscamos são as devidas apurações", garantiu. Ainda durante a manhã, Toninho do Psol, presidente regional do partido, reuniu-se com o presidente da Câmara Legislativa, o deputado Patrício (PT). Ele pediu para que sejam investigadas as denúncias de corrupção contra o governador do DF. Toninho afirmou que Patrício se comprometeu a incluir o pedido na pauta da reunião de terça-feira (8) da Mesa Diretora da Casa. Caso a promessa não seja cumprida, Toninho não descarta a possibilidade de o Psol, assim como fará o DEM, protocolar um pedido de impeachment de Agnelo. "Vamos esperar, primeiro, a resposta a essa nossa solicitação", disse. Ao que parece, no entanto, a atual crise do governo não vai atrapalhar as comemorações do aniversário do governador Agnelo Queiroz na quarta-feira (9). Para festejar, o diretório regional do PT está organizando uma confraternização em uma churrascaria. Os ingressos custam R$ 50 e o dinheiro arrecadado será destinado ao partido. "O jantar está mantido, como acontece todo ano, e Agnelo está extremamente tranquilo", afirmou o deputado distrital Chico Vigilante.

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