Não vale só quanto pesa
Design valoriza e personaliza joias. Exposio que comea nesta quarta-feira (9) rene peas brasileiras premiadas, que sero apresentadas pela empresria Luiza Brunet
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Maryna Lacerda_Brasília 247 — Assim como um quadro ou uma escultura, as joias de autor são obras de arte. O fator principal é a identidade, o estilo de quem as desenha. A assinatura do designer determina o conceito que se quer transmitir com a peça, seja uma exaltação à natureza ou uma brincadeira com as formas geométricas. Em locais com tradição de consumo de bens de arte, as joias de autor têm mercado garantido — e restrito. Da mesma forma que não é qualquer pessoa que pode adquirir um Rembrandt, essas peças têm consumidores específicos.
Elas se diferem das produzidas por grifes internacionais. As marcas consagradas seguem estilo tradicional, uma vez que são produzidas em série e vão para diversos países. As joias de autor, por sua vez, valorizam elementos da arte contemporânea e primam pela composição inusitada. O forte é a associação de metais nobres, como ouro branco, amarelo ou rosa, com materiais como palha ou capim dourado.
A analista de informação do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais (IBGM), Carolina Lucena, diz que a arquitetura de Brasília tem peso significativo na formação do mercado consumidor. Os clientes são visualmente acostumados com a arte contemporânea. Ela conta ainda que, por se tratar de produto artesanal e com viés artístico, é difícil contabilizar o valor de uma peça. "A avaliação é subjetiva, varia conforme o conceito transmitido pelo autor. Se a peça é premiada, a cotação da peça sobe", explica.
A designer Carla Amorim começou a criar por hobby. Passados 18 anos, hoje é uma das referências em joias de autor na cidade. Suas referências são a natureza, a arquitetura de Brasília e a religiosidade. "Sempre tive ligação forte com a estética dos objetos, mas não esperava fazer do design minha profissão", diz. Suas peças misturam ouro, pedras brasileiras e estrangeiras.
A artista plástica Vânia Ladeira, por sua vez, seguiu um caminho natural. Ela é formada em artes plásticas pela Universidade de Brasília e migrou das telas para as joias. Por isso, os elementos visuais, como formas e cores predominam em seus trabalhos, muitos deles feitos especialmente por encomenda. "Essas joias não são apenas para ocasiões especiais, refletem a personalidade da pessoa."
Para quem deseja se transformar em artista de joias, a analista de informação do IBGM sugere investir aos poucos em materiais e ferramentas, já que não é certo que o estilo do novo designer terá aceitação no mercado. Carolina explica que quem se aventura por esses caminhos é alguém que já tem alguma relação com o mercado de joias. "O fator familiar é muito forte. Em geral, os artistas são pessoas que têm os pais ou avós também artistas", explica.
A partir desta quarta-feira (9), brasilienses terão a oportunidade de conhecer o trabalho de design de joias por meio da exposição Coleção Sincronicidade: Valores Humanos Através dos Tempos, no Banco Central. A mostra apresenta as joias vencedoras da quinta edição do concurso AuDitions Brasil 2010, do qual participaram designers e representantes de 19 estados. As peças Mística, de Heloisa Azevedo e Leandro Portela, vencedora da categoria Designer, e Cardume, de Thayane Carvalho da Silva, vencedora da categoria Revelação, são destaques. A golden girl da coleção é a empresária Luiza Brunet.
Serviço:
Coleção Sincronicidade: Valores Humanos Através dos Tempos Brasília
De 9 a 20 de novembro
Museu de Valores do Banco Central
Aberto ao público de terça a sexta-feira, das 9h30 às 17 horas, e aos sábados e domingos, das 14 às 18 horas.
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