'Não somos coitadas', rebate Cármen Lúcia para Nunes Marques em ação sobre fraude em cotas para mulheres

"Não precisamos de empatia, precisamos de respeito", disse a ministra do TSE

Cármen Lúcia (à esq.) e Nunes Marques
Cármen Lúcia (à esq.) e Nunes Marques (Foto: Divulgação)


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247 - A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Cármen Lúcia rebateu os argumentos apresentados por seu colega Nunes Marques nesta quinta-feira (27), que julgava um caso de fraude em cotas eleitorais de gênero no município de Itaiçaba (CE). Segundo Cármen Lúcia, o caso se qualificava como um episódio de fraude eleitoral. Nunes Marques, junto aos ministros Raúl Araujo e Carlos Horbach, manifestou voto contrário.

Marques disse entender não existir fraude no caso, segundo informações do jornal O Globo. "Precisamos ter um pouco de empatia com essas mulheres que se candidatam e são abandonadas pelo partido. Nunca participaram de uma campanha. Não sabem como percorrer esse caminho (...) Precisamos ter empatia porque não é fácil para uma mulher do povo, simples, se candidatar e ter 9 votos numa cidade dessas", apontou Marques.

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A ministra Cármen Lúcia pediu a vez para rebater o colega. "Não somos coitadas. Não precisamos de empatia, precisamos de respeito. A Justiça Eleitoral tem a tradição de reconhecer como pessoa dotada de autonomia, e não precisar de amparo. Isso é o que nós não queremos, ministro. E eu entendo quando o senhor afirma, de uma forma que soa paternal, dizendo que haja empatia. É preciso, na verdade, que haja educação cívica (...) Nós não queremos ser coitadas, queremos ser cidadãs iguais. A desigualdade, ministro, está nesse tipo de tratamento".

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