Múcio contraria Lula e diz que intentona golpista de 8 de janeiro não teve um líder

Em podcast, o presidente Lula afirmou que Jair Bolsonaro liderou as ações que visavam inviabilizar e até derrubar o governo

José Múcio
José Múcio (Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil)


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247 – O ministro da Defesa, José Múcio, declarou que não há um líder de destaque por trás dos ataques golpistas aos prédios públicos dos Três Poderes em Brasília, ocorridos em 8 de janeiro. Essa afirmação contrapõe as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que atribuiu a liderança desses atos violentos ao seu oponente, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante uma transmissão ao vivo na segunda-feira, dia 19, Múcio também classificou a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, instalada no Senado para investigar o caso, como um evento de natureza midiática, segundo reportagem da jornalista Natália Santos, do Estado de S. Paulo.

Durante o discurso realizado em um evento virtual promovido pelo Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa, com foco na defesa nacional do Brasil, Múcio declarou: "Eu não acredito que encontraremos o verdadeiro responsável. Isso não acontecerá porque não houve um mandante. Foram agricultores da região Centro-Oeste que financiaram, foram proprietários de ônibus... É por meio desse caminho que chegaremos a várias pessoas responsáveis, sem ter um líder em destaque."

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Em contrapartida, o ex-presidente Lula enxerga Bolsonaro como o "coordenador" de uma tentativa de golpe. Durante sua segunda live intitulada "Conversa com o Presidente", realizada na segunda-feira, o petista reafirmou essa posição: "Já está provado que eles tentaram dar um golpe, coordenado pelo ex-presidente, que agora tenta negar. Quando ele perdeu as eleições, ele se isolou em casa para planejar o golpe."

O ministro da Defesa afirmou que nenhum militar da ativa participou dos ataques. Segundo Múcio, as pessoas que estavam na praça no dia 8 não eram provenientes dos quartéis, pois havia pouquíssimas pessoas lá. Ele atribuiu a ação a pessoas externas, estimuladas por indivíduos irresponsáveis e agitadores. No entanto, reconheceu a possibilidade de haver servidores das instituições de defesa que apoiassem o golpe: "Alguns militares do Exército desejavam o golpe? Acredito que sim. Da Marinha? Acredito que sim. Da Aeronáutica? Também acredito que sim. Mas as instituições do Exército, Marinha e Aeronáutica não tiveram participação ativa nesse movimento."

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A Polícia Federal (PF) encontrou, no celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, um roteiro detalhado para um "golpe de Estado". Esse documento descreve oito etapas para que as Forças Armadas assumam o controle do país em caso de derrota do ex-presidente nas urnas. Além disso, foram descobertas mensagens com planos golpistas no aparelho.

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