Mourão diz ser vítima de ‘intrigas palacianas’ e que assessores de Bolsonaro ‘distorcem fatos’
Vice-presidente afirmou que existe “certa incompreensão” no seu relacionamento com o presidente Jair Bolsonaro fruto de “intrigas palacianas”. Mourão citou que parte dos assessores do chefe do Planalto “distorcem fatos” sobre as ações realizadas pela vice-presidência
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Da CartaCapital - O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta sexta-feira 4 que existe “certa incompreensão” no seu relacionamento com o presidente Jair Bolsonaro fruto de “intrigas palacianas”. Mourão citou que parte dos assessores do chefe do Planalto “distorcem fatos” sobre as ações realizadas pela vice-presidência.
“Muitas vezes há incompreensão de parte de alguns assessores do próprio presidente que procuram distorcer fatos e levar uma outra realidade em relação às ações que eu tenho procurado realizar”, disse em entrevista ao jornalista e advogado Paulo Roque.
Mourão ressaltou que seu relacionamento com o presidente é baseado na “lealdade e disciplina intelectual”. Ao citar que guia seu trabalho para assessorar Bolsonaro “na difícil tarefa de governar o País”, o vice-presidente foi questionado se estava conseguindo realizar a tarefa.
“Em muitos aspectos sim (consigo ajudar), outros muitas vezes há uma certa incompreensão, mas isso eu coloco sempre fruto das intrigas palacianas que são comuns em todo e qualquer governo”, disse. Na visão de Mourão, “o vice-presidente tem que ter a disciplina intelectual para entender quais são as linhas mestras traçadas pelo titular do governo”.
“O vice-presidente, apesar de ter nomezinho na urna, vem como força de acompanhamento, mas não como ator principal desse filme”, comentou. Recentemente, Mourão e Bolsonaro divergiram sobre assuntos relacionado a vacina contra a Covid-19 e as eleições nos Estados Unidos. O vice-presidente destacou que lida com os “ruídos” na relação com Bolsonaro “da forma mais calma possível”.
“Eu tenho sido extremamente leal nas minhas atividades, extremamente coerente na minha maneira de pensar e na maneira de buscar assessorar o presidente”, disse. “Há um ruído, a gente espera que passe e aí a gente acomoda as coisas, sem fazer daquilo um cavalo de batalha, sem transformar esse ruído em algo muito maior do que ele é, um mero ruído”, acrescentou.
Na entrevista, indo na linha contrária de Bolsonaro, Mourão admitiu que o governo falhou em não sugerir uma diretriz única de orientação para os entes da federação no combate à pandemia da Covid-19. Para Mourão, não havia outra saída senão deixar gestores locais atuarem.
“Acho que naquele momento talvez o mais eficaz para o governo seria ter colocado uma diretriz e cada ente nacional aderiria a essa diretriz de acordo com as suas necessidades e momento”, observou. “Acho que isso foi uma falha que nós tivemos, nós poderíamos ter feito uma diretriz, fizemos isso de forma informal”, completou.
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